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TRABALHO
Dieese e Fundação Seade revelam que mercado de trabalho teve seu pior ano; situação pode deteriorar em 99
Desemprego é recorde na Grande SP em 98
MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Local
O mercado de
trabalho da região metropolitana de São Paulo registrou em
98 o seu pior
ano, de acordo
com balanço divulgado ontem pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados).
A taxa de desemprego aumentou, nunca foram fechadas tantas
vagas como em 98 e as pessoas levaram mais tempo para encontrar
alguma ocupação.
O pior é que as perspectivas para
o mercado de trabalho em 99, com
juros em alta, maior inflação e crise cambial, não são nada otimistas,
segundo os técnicos do Dieese e da
Fundação Seade.
A taxa de desemprego média na
região metropolitana de São Paulo
ficou em 18,3% da PEA (População
Economicamente Ativa) em 98, o
que correspondeu a um contingente de desempregados médio de
1,594 milhão.
Nem mesmo as seguidas quedas
da taxa nos últimos meses de 98, de
18,9% (agosto) para 17,4% (dezembro), foram suficientes para
impedir que o desemprego médio
do ano passado fosse recorde desde o início da série histórica da
pesquisa, em 1985.
Em 97, a taxa média de desemprego havia ficado em 16% da PEA,
o que significava a existência de
aproximadamente 1.375 milhão de
desempregados na região metropolitana de São Paulo.
Ou seja, em 98, houve um aumento médio no números de desempregados de 219 mil pessoas.
"Houve uma combinação desfavorável em 98, de queda no número de postos de trabalho e do aumento da população economicamente ativa, com mais mulheres e
jovens procurando emprego", explicou o diretor técnico do Dieese,
Sérgio Mendonça.
No ano passado, 101 mil vagas foram fechadas na região metropolitana de São Paulo, número que supera o de 90 e 92, anos de retração
na atividade econômica.
A indústria continuou demitindo em ritmo elevado, sendo responsável pelo fechamento de 107
mil postos, enquanto o nível de
emprego no comércio foi reduzido
em 39 mil vagas.
Até novembro, o comércio vinha
desempregando mais que a indústria, mas o setor abriu 54 mil vagas
em dezembro.
No entanto, segundo o diretor-executivo da Fundação Seade, Pedro Paulo Martoni Branco, a maior
parte das contratações foram de
autônomos para as vendas de final
de ano, ou seja, a tendência é de haver demissões em número próximo neste início de ano.
O setor da construção civil também sentiu o efeito do desaquecimento econômico, assim como o
emprego doméstico.
A área de prestação de serviços,
que representa mais de 50% da
ocupação total da região metropolitana, foi a única a aumentar as vagas em 98, mas em volume insuficiente para compensar as demissões. O setor foi responsável por 56
mil novos postos de trabalho.
Da mesma forma que aumenta o
desemprego, cresce o tempo médio para os desempregados encontrarem alguma ocupação.
O tempo médio de procura pelo
emprego passou de 28 semanas,
em 97, para 36 semanas. No caso
dos trabalhadores com mais de 40
anos de idade, o tempo médio de
procura pelo emprego subiu de 41
semanas para 53 semanas.
A pesquisa revela que o desemprego atingiu todos os níveis de escolaridade. A taxa entre os trabalhadores com 3º grau incompleto,
entretanto, cresceu 35.1%. O desemprego entre as pessoas com 2º
grau completo subiu 21%.
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