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Número de desempregados sobe 48,2% durante o governo FHC
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
da Reportagem Local
O número de desempregados na
Grande São Paulo aumentou
48,2% durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
Entre dezembro de 1994 e o mês
passado, o contingente das pessoas sem ocupação na região cresceu em 495 mil.
Quando o presidente assumiu o
governo, eram 1,028 milhão. Agora, segundo o Seade/Dieese, são
1,523 milhão.
É como se toda a população de
São José dos Campos (sétimo
maior município paulista) tivesse
perdido o emprego nesses últimos
quatro anos.
Meio termo
Em comparação com os governos anteriores, FHC se sai melhor
do que Fernando Collor, mas pior
do que Itamar Franco.
Na administração de seu antecessor, de quem foi ministro da Fazenda, o número de pessoas desempregadas regrediu de 1,140 milhão (em dezembro de 1992) para
1,028 milhão.
Ou seja, 112 mil moradores da região metropolitana de São Paulo
voltaram a trabalhar.
O período Itamar mudou os rumos que o mercado de trabalho tinha seguido no governo Collor.
Durante a gestão do presidente
que acabou sendo impedido pelo
Congresso, o desemprego bateu
recordes na Grande São Paulo.
O número de pessoas sem ocupação aumentou 141% entre dezembro de 1989 e dezembro de
1992. A multidão de desempregados foi acrescida de 667 mil pessoas -mais do que a população de
Santo André (quarta maior cidade
paulista).
O resultado é que, ao final dos últimos dez anos, a Grande São Paulo viu uma massa equivalente à população de Campinas engrossar o
desemprego na região.
Foram 919 mil desempregados a
mais, o que equivale a um aumento de 152%.
Nesse período, o número de pessoas sem ocupação só regrediu em
três anos: 1989 (fim do governo José Sarney e época hiperinflacionária), 1993 e 1994 (último ano de Itamar e implantação do Plano Real).
Abertura às importações, juros
altos e recessão, reestruturação
das empresas e de setores inteiros,
como a indústria e os bancos, foram algumas das principais causas
que se sucederam e, por vezes, se
somaram nesse período para cortar postos de trabalho, lembra Pedro Paulo Martoni Branco, diretor-executivo da Fundação Seade.
Primeiro emprego
Para agravar o cenário, ocorreu
uma pressão demográfica. Um
grande contingente de jovens ingressou no mercado.
Nesses dez anos, a População
Economicamente Ativa (PEA) da
metrópole cresceu 24,6%, mas a
oferta de empregos aumentou a
metade disso.
Além disso, principalmente nos
anos mais recentes, houve uma
mudança do perfil da ocupação.
A educação escolar deixou de
significar garantia de emprego e o
fenômeno do desemprego passou
a atingir também a classe média.
Sinal disso é que as pessoas com
2º grau ou nível superior chegaram, no ano passado, a 34,8% do
total de desempregados. Em 1995
elas eram 29,4%.
Perspectivas
Os técnicos do Dieese e da Fundação Seade avaliam que em 99 o
contingente de desempregados na
Grande São Paulo pode ser ainda
maior do que em 98, devido à crise
cambial.
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