São Paulo, Quinta-feira, 28 de Janeiro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PROTESTO
Trabalhadores realizam manifestação hoje contra os 2.800 cortes na porta da fábrica do ABC
Demitidos da Ford ocupam empresa

da Reportagem Local

Cerca de 200 metalúrgicos demitidos pela Ford invadiram ontem a empresa Cotia Pensk, que faz armazenagem e distribuição de peças e acessórios da montadora para as revendas.
A invasão, que começou por volta das 11h e durou apenas três horas, foi um protesto contra as demissões feitas pela montadora.
A empresa localiza-se no município de Barueri, na região metropolitana de São Paulo.
A distribuição e armazenagem de peças e acessórios era realizada pela própria Ford na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, mas a empresa vem terceirizando o setor e demitindo os funcionários.
Segundo Luiz Carlos de Oliveira, o Federal, da comissão de fábrica da Ford, do total de 350 funcionários, restam atualmente apenas 80.
Hoje, os 2.800 demitidos pela Ford no ABC fazem uma assembléia pela manhã na porta da fábrica e devem participar de manifestação conjunta com os funcionários da Mercedes-Benz.
Enquanto isso, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT), Luiz Marinho, vai a Brasília encontrar-se com o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, e com o presidente Fernando Henrique Cardoso. O sindicalista busca apoio do governo para uma proposta emergencial para preservar empregos e ativar a produção no setor automotivo.
A proposta, formulada em conjunto com a Força Sindical, prevê redução de impostos (IPI e ICMS) em troca de garantia do nível de emprego nas fábricas.
Participa da reunião com FHC Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Ontem, os dois sindicalistas levaram a proposta emergencial para o governador de São Paulo, Mário Covas.
Segundo os sindicalistas, Covas apoiou a proposta.
Na fábrica da Ford no Ipiranga, os 1.730 trabalhadores aceitaram discutir uma proposta de suspensão temporária do contrato de trabalho, por cinco meses, para evitar a demissão de 644 funcionários. Segundo o sindicato, a Ford quer pagar no período 50% do salário. Metade dos 1.730 ficaria suspensa por dois meses e meio, quando revezaria com os outros 50%.(ME)


Texto Anterior: Rhodia investe no Brasil US$ 300 mi
Próximo Texto: Artigo - Charles Barnsley Holland: A sociedade e as práticas contábeis
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.