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PROTESTO
Trabalhadores realizam manifestação hoje contra os 2.800 cortes na porta da fábrica do ABC
Demitidos da Ford ocupam empresa
da Reportagem Local
Cerca de 200 metalúrgicos demitidos pela Ford invadiram ontem a empresa Cotia Pensk, que
faz armazenagem e distribuição
de peças e acessórios da montadora para as revendas.
A invasão, que começou por
volta das 11h e durou apenas três
horas, foi um protesto contra as
demissões feitas pela montadora.
A empresa localiza-se no município de Barueri, na região metropolitana de São Paulo.
A distribuição e armazenagem
de peças e acessórios era realizada pela própria Ford na fábrica
de São Bernardo do Campo, no
ABC paulista, mas a empresa
vem terceirizando o setor e demitindo os funcionários.
Segundo Luiz Carlos de Oliveira, o Federal, da comissão de fábrica da Ford, do total de 350
funcionários, restam atualmente
apenas 80.
Hoje, os 2.800 demitidos pela
Ford no ABC fazem uma assembléia pela manhã na porta da fábrica e devem participar de manifestação conjunta com os funcionários da Mercedes-Benz.
Enquanto isso, o presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC (filiado à CUT), Luiz Marinho, vai a Brasília encontrar-se
com o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, e com o
presidente Fernando Henrique
Cardoso. O sindicalista busca
apoio do governo para uma proposta emergencial para preservar empregos e ativar a produção
no setor automotivo.
A proposta, formulada em conjunto com a Força Sindical, prevê
redução de impostos (IPI e
ICMS) em troca de garantia do
nível de emprego nas fábricas.
Participa da reunião com FHC
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos de São Paulo.
Ontem, os dois sindicalistas levaram a proposta emergencial
para o governador de São Paulo,
Mário Covas.
Segundo os sindicalistas, Covas
apoiou a proposta.
Na fábrica da Ford no Ipiranga,
os 1.730 trabalhadores aceitaram
discutir uma proposta de suspensão temporária do contrato
de trabalho, por cinco meses, para evitar a demissão de 644 funcionários. Segundo o sindicato, a
Ford quer pagar no período 50%
do salário. Metade dos 1.730 ficaria suspensa por dois meses e
meio, quando revezaria com os
outros 50%.(ME)
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