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"É um ano de comer angu quente", diz Lula
MÁRCIO PACELLI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva fez ontem uma avaliação
pessimista para o país em 2003.
Segundo parlamentares da bancada do Rio de Janeiro que estiveram com Lula no Palácio do Planalto, o presidente afirmou que
não vai ser possível esperar o "angu" esfriar. O "angu" terá que ser
comido ainda quente.
"Este ano é um ano de comer
angu quente. E não vamos nem
comer pelas beiradas", disse Lula,
segundo relatou o senador Marcelo Crivela (PL-RJ), após a reunião. A assessoria do presidente
confirmou a declaração.
O comentário, segundo o senador, foi uma referência às crises
que o Brasil terá que enfrentar: o
problema da violência e, na áreas
econômica, os efeitos da guerra
no Iraque e a alta do petróleo.
Apesar de avaliação, Lula disse
que jamais cederia à tentação de
agir de maneira pessimista. Segundo o deputado Chico Alencar
(PT-RJ), o presidente disse que
recebeu o país com problemas,
que a situação é grave, mas que
não ficará se lamuriando ou reclamando de Fernando Henrique
Cardoso, seu antecessor.
Segundo Alencar, Lula também
falou a respeito do incômodo de
ter que aumentar os juros, que, na
semana passada, passaram de
25,5% para 26,5% ao ano.
"Ponham-se no meu lugar.
Acordo e tenho de conviver com o
desconforto de ver o meu governo aumentar os juros. Logo eu,
que combati a política de juros altos", disse Lula segundo relato do
deputado petista. Outro senador
presente confirmou a frase.
Lula disse ainda que sofre muito
a cada vez que seu governo aumenta as taxas de juros -isso já
aconteceu duas vezes. "Vocês
imaginam a minha agonia. A cada
meio ponto, fico muito angustiado. Mas reconheço que nessa conjuntura não tem outra saída", disse o presidente, segundo os congressistas.
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