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São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 2003

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"É um ano de comer angu quente", diz Lula

MÁRCIO PACELLI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem uma avaliação pessimista para o país em 2003. Segundo parlamentares da bancada do Rio de Janeiro que estiveram com Lula no Palácio do Planalto, o presidente afirmou que não vai ser possível esperar o "angu" esfriar. O "angu" terá que ser comido ainda quente.
"Este ano é um ano de comer angu quente. E não vamos nem comer pelas beiradas", disse Lula, segundo relatou o senador Marcelo Crivela (PL-RJ), após a reunião. A assessoria do presidente confirmou a declaração.
O comentário, segundo o senador, foi uma referência às crises que o Brasil terá que enfrentar: o problema da violência e, na áreas econômica, os efeitos da guerra no Iraque e a alta do petróleo.
Apesar de avaliação, Lula disse que jamais cederia à tentação de agir de maneira pessimista. Segundo o deputado Chico Alencar (PT-RJ), o presidente disse que recebeu o país com problemas, que a situação é grave, mas que não ficará se lamuriando ou reclamando de Fernando Henrique Cardoso, seu antecessor.
Segundo Alencar, Lula também falou a respeito do incômodo de ter que aumentar os juros, que, na semana passada, passaram de 25,5% para 26,5% ao ano.
"Ponham-se no meu lugar. Acordo e tenho de conviver com o desconforto de ver o meu governo aumentar os juros. Logo eu, que combati a política de juros altos", disse Lula segundo relato do deputado petista. Outro senador presente confirmou a frase.
Lula disse ainda que sofre muito a cada vez que seu governo aumenta as taxas de juros -isso já aconteceu duas vezes. "Vocês imaginam a minha agonia. A cada meio ponto, fico muito angustiado. Mas reconheço que nessa conjuntura não tem outra saída", disse o presidente, segundo os congressistas.


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