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AGRICULTURA
Nova previsão divulgada por ministro eleva estimativa de safra de grãos
Brasil deve vender mais soja que EUA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O terceiro levantamento da safra de 2002/2003 prevê números
melhores que os esperados no final do ano passado -já eram os
maiores da história-, o possível
fim do problema do desabastecimento de milho e exportações recordes de soja.
A nova estimativa é de uma safra de 112,4 milhões de toneladas
de grãos, um volume 16,3% maior
que o registrado na colheita anterior. A previsão divulgada ontem
pelo ministro Roberto Rodrigues
também supera em 6,3 milhões de
toneladas (5,9%) o levantamento
feito no final do ano passado.
Segundo Rodrigues, "pela primeira vez, o Brasil exportará mais
soja que os Estados Unidos". Ele
prevê que o país venderá para o
mundo US$ 7,5 bilhões em soja
neste ano e os norte-americanos
menos de US$ 7 bilhões. Em 2001,
as exportações de soja brasileira
somaram US$ 6,1 bilhões contra
US$ 7,1 bilhões dos EUA. A produção de soja deve chegar a 49,7
milhões de toneladas, um aumento de 18,5%.
O desempenho da venda de soja
brasileira em relação à americana
esquenta o debate sobre o uso de
transgênicos no país. Rodrigues
não quis relacionar o aumento da
participação de mercado do Brasil
com o fato de o país ser oficialmente livre de transgênicos e os
EUA serem os maiores produtores de soja geneticamente modificada do mundo.
"A principal razão para o aumento das exportações de soja é o
crescimento do volume físico de
produção. Não sei se a redução
das exportações dos EUA se deve
ou não aos transgênicos", disse.
Embora o cultivo de transgênicos esteja proibido no Brasil, o governo reconhece que neste ano será colhida uma safra substancial
de soja geneticamente modificada, sobretudo no RS.
Nas próximas semanas, o governo decidirá o que fazer com essa safra ilegal e como evitar que a
próxima também seja contaminada. Outra possibilidade é decidir liberar o cultivo.
Situação do milho
Além da safra recorde, o relatório aponta possível solução da falta de milho no país. As estimativas prevêem aumentos de 9,5% e
45,2% respectivamente nas produções de safra e safrinha (plantada fora de época) de milho.
A produção brasileira crescerá
neste safra mais que a área plantada, cuja expansão deve ser de
5,4%. O aumento da colheita se
deve sobretudo ao aumento da
produtividade.
(ANDRÉ SOLIANI)
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