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CURTO-CIRCUITO
Resultado de negociações deve sair hoje
AES propõe adiar pagamento de dívida de US$ 330 mi ao BNDES
DA SUCURSAL DO RIO
O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) e a AES Eletropaulo deverão divulgar hoje a conclusão das
negociações ocorridas nesta semana na tentativa de um acordo
sobre a dívida de cerca de US$ 1,2
bilhão que a empresa norte-americana tem com o banco estatal.
Ontem, a AES propôs formalmente adiar de hoje para o dia 15
de abril o vencimento de uma
parcela da dívida de aproximadamente US$ 330 milhões. Com isso, a empresa ganharia mais um
mês e meio para negociar uma
reestruturação global do seu endividamento com o banco.
Apesar de o comunicado publicado pela AES estipular para as
18h de ontem o prazo final para
uma definição sobre o pedido de
prorrogação, o BNDES não se
pronunciou até as 20h30. Segundo assessores das duas partes, a
definição só deverá ocorrer hoje.
A parcela que vence hoje representa mais da metade de uma das
duas partes nas quais está dividida a dívida da AES com o BNDES.
A devedora é a Transgás, empresa
criada para a compra de 64% das
ações preferenciais (sem direito a
voto) da AES em 2000.
O financiamento do BNDES,
que era o dono das ações compradas pela AES, foi de aproximadamente US$ 1 bilhão. O saldo a pagar desse empréstimo é de US$
604 milhões.
A outra parte da dívida, atualmente em US$ 527 milhões, é remanescente do financiamento
feito em 1998 para a compra do
controle acionário da Eletropaulo
em leilão de privatização. Esse
empréstimo teve o valor de US$
888,6 milhões. No dia 31 de janeiro deste ano, a AES declarou-se
tecnicamente inadimplente em
relação a uma parcela de US$ 85
milhões dessa dívida.
Submetida a fortes críticas nas
últimas semanas, a AES contra-atacou ontem, tendo como porta-voz o secretário-adjunto de Comércio dos Estados Unidos, William Lash. Antes de uma reunião
com a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, Lash disse
que a AES não consegue pagar
seus débitos por não receber créditos no valor de US$ 300 milhões
que tem com órgãos públicos.
"A AES não chegou a essa situação por si só. Os Estados e os governos locais não estão pagando
pela energia. Isso tem um grande
impacto no fluxo de caixa", disse
Lash, durante almoço com jornalistas em Brasília.
Segundo dados da própria AES,
a dívida é de R$ 1,142 bilhão, sendo R$ 600 milhões da Prefeitura
de São Paulo, R$ 400 milhões do
governo do Estado e o restante de
órgãos federais.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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