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São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 2003

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CURTO-CIRCUITO

Resultado de negociações deve sair hoje

AES propõe adiar pagamento de dívida de US$ 330 mi ao BNDES

DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a AES Eletropaulo deverão divulgar hoje a conclusão das negociações ocorridas nesta semana na tentativa de um acordo sobre a dívida de cerca de US$ 1,2 bilhão que a empresa norte-americana tem com o banco estatal.
Ontem, a AES propôs formalmente adiar de hoje para o dia 15 de abril o vencimento de uma parcela da dívida de aproximadamente US$ 330 milhões. Com isso, a empresa ganharia mais um mês e meio para negociar uma reestruturação global do seu endividamento com o banco.
Apesar de o comunicado publicado pela AES estipular para as 18h de ontem o prazo final para uma definição sobre o pedido de prorrogação, o BNDES não se pronunciou até as 20h30. Segundo assessores das duas partes, a definição só deverá ocorrer hoje.
A parcela que vence hoje representa mais da metade de uma das duas partes nas quais está dividida a dívida da AES com o BNDES. A devedora é a Transgás, empresa criada para a compra de 64% das ações preferenciais (sem direito a voto) da AES em 2000.
O financiamento do BNDES, que era o dono das ações compradas pela AES, foi de aproximadamente US$ 1 bilhão. O saldo a pagar desse empréstimo é de US$ 604 milhões.
A outra parte da dívida, atualmente em US$ 527 milhões, é remanescente do financiamento feito em 1998 para a compra do controle acionário da Eletropaulo em leilão de privatização. Esse empréstimo teve o valor de US$ 888,6 milhões. No dia 31 de janeiro deste ano, a AES declarou-se tecnicamente inadimplente em relação a uma parcela de US$ 85 milhões dessa dívida.
Submetida a fortes críticas nas últimas semanas, a AES contra-atacou ontem, tendo como porta-voz o secretário-adjunto de Comércio dos Estados Unidos, William Lash. Antes de uma reunião com a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, Lash disse que a AES não consegue pagar seus débitos por não receber créditos no valor de US$ 300 milhões que tem com órgãos públicos.
"A AES não chegou a essa situação por si só. Os Estados e os governos locais não estão pagando pela energia. Isso tem um grande impacto no fluxo de caixa", disse Lash, durante almoço com jornalistas em Brasília.
Segundo dados da própria AES, a dívida é de R$ 1,142 bilhão, sendo R$ 600 milhões da Prefeitura de São Paulo, R$ 400 milhões do governo do Estado e o restante de órgãos federais.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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