São Paulo, quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

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Para Mantega, turbulência é passageira

SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A queda na Bolsa de Xangai, ontem, que levou a reboque boa parte do mercado acionário do mundo, é, na avaliação do ministro Guido Mantega (Fazenda), um movimento de correção dos preços das ações que não deverá durar muito tempo. "É uma turbulência, nem chamaria de crise", afirmou.
Para Mantega, porém, a variação na taxa de câmbio no Brasil foi pequena e mostrou "a solidez da economia brasileira".
Segundo o ministro, depois da valorização forte registrada em 2006 e, sobretudo, nos últimos meses, "é normal" que a Bolsa chinesa sofra ajustes.
"A valorização do mercado acionário chinês foi de 160% no ano passado. É uma correção [de preço]", disse. "Não vejo nenhum problema de longa duração. Poderá causar oscilação durante alguns dias, mas, segundo os analistas, deverá terminar logo."
Sobre o impacto no Brasil, Mantega afirmou que a Bovespa seguiu as demais Bolsas do mundo. Mas por que ela foi uma das que mais perderam entre os emergentes? "A Bovespa foi uma das [Bolsas] que mais subiram nos últimos tempos. Isso tem que pesar na conta", afirmou.
Se uma Bolsa sobe muito, embalada por onda positiva de lucro das empresas, pode cair mais em momentos de turbulências. No caso chinês, pesam na avaliação dos investidores as restrições impostas recentemente pelo governo para tentar frear a "bolha" no mercado acionário.
Isso pode representar uma onda de menor crescimento com perdas nas aplicações na China e, como conseqüência, um crescimento mais baixo no Brasil. Na dúvida, os investidores preferem realizar ganhos imediatamente e esperar o susto passar.


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