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Para Mantega, turbulência é passageira
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A queda na Bolsa de
Xangai, ontem, que levou a
reboque boa parte do mercado acionário do mundo,
é, na avaliação do ministro
Guido Mantega (Fazenda), um movimento de
correção dos preços das
ações que não deverá durar muito tempo. "É uma
turbulência, nem chamaria de crise", afirmou.
Para Mantega, porém, a
variação na taxa de câmbio
no Brasil foi pequena e
mostrou "a solidez da economia brasileira".
Segundo o ministro, depois da valorização forte
registrada em 2006 e, sobretudo, nos últimos meses, "é normal" que a Bolsa
chinesa sofra ajustes.
"A valorização do mercado acionário chinês foi
de 160% no ano passado. É
uma correção [de preço]",
disse. "Não vejo nenhum
problema de longa duração. Poderá causar oscilação durante alguns dias,
mas, segundo os analistas,
deverá terminar logo."
Sobre o impacto no Brasil, Mantega afirmou que a
Bovespa seguiu as demais
Bolsas do mundo. Mas por
que ela foi uma das que
mais perderam entre os
emergentes? "A Bovespa
foi uma das [Bolsas] que
mais subiram nos últimos
tempos. Isso tem que pesar na conta", afirmou.
Se uma Bolsa sobe muito, embalada por onda positiva de lucro das empresas, pode cair mais em momentos de turbulências.
No caso chinês, pesam na
avaliação dos investidores
as restrições impostas recentemente pelo governo
para tentar frear a "bolha"
no mercado acionário.
Isso pode representar
uma onda de menor crescimento com perdas nas
aplicações na China e, como conseqüência, um
crescimento mais baixo no
Brasil. Na dúvida, os investidores preferem realizar
ganhos imediatamente e
esperar o susto passar.
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