São Paulo, quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

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Após crise no Natal, TAM muda alto escalão

Empresa nomeia Paulo Castello Branco para o cargo estratégico da vice-presidência de planejamento

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Pouco mais de dois meses depois da crise do Natal, quando milhares de passageiros foram prejudicados por não conseguirem embarcar em seus vôos, a TAM resolveu trocar o seu vice-presidente de planejamento: Gelson Pizzirani, que ocupava o posto, saiu da empresa.
Entra em seu lugar Paulo Castello Branco, diretor de relações institucionais e alianças estratégicas com companhias internacionais. A decisão, que valerá a partir de amanhã, já havia sido tomada, mas foi confirmada pelo conselho de administração da companhia durante reunião realizada ontem.
A diretoria de relações institucionais e alianças com companhias internacionais passará a fazer parte da vice-presidência de planejamento.
Na avaliação de fontes do mercado ouvidas pela Folha, a reestruturação é uma resposta à família Rolim Amaro, dona da TAM, e aos acionistas da empresa devido à crise da companhia no Natal, quando cerca de 57% dos seus vôos atrasaram.
A imagem da aérea ficou abalada depois da crise, e a TAM chegou a contratar pesquisa para avaliar esse impacto.
A empresa nega. Afirma que Castello Branco ganhou espaço dentro da TAM por conta da importância maior que a relação com companhias internacionais vem ganhando para a empresa: ela começa a negociar agora, por exemplo, uma parceria operacional com a companhia alemã Lufthansa.
A TAM argumenta ainda que essa mudança faz parte de uma série de alterações que vêm sendo realizadas desde 2006, como a decisão de subordinar a área de marketing à presidência e a criação da vice-presidência de operações.
Na avaliação de fontes do setor, entretanto, a explicação não convence devido à importância que a vice-presidência de planejamento tem para uma companhia aérea.

Alma da companhia
"É a alma de uma empresa aérea", exemplifica um executivo. "Essa vice-presidência é dona do posicionamento da empresa no mercado, do planejamento de rotas, determina quais as cidades que serão servidas", completa.
Dentro da TAM, o que se comenta é que Castello Branco será, a partir de agora, o homem forte do presidente da aérea, Marco Antonio Bologna.
Desde o apagão do Natal, havia comentários de que haveria mudança no quadro administrativo da TAM por conta da crise. No início deste ano, chegou-se a comentar que o vice-presidente comercial e de marketing da empresa aérea, Wagner Ferreira, seria demitido.
Posteriormente, entretanto, a avaliação teria sido a de que Pizzarini, durante a crise do Natal, teria se omitido.
A explicação da TAM para o apagão do Natal é que o ocorrido foi uma fatalidade comparável a um acidente de avião: cálculo feito pela empresa diz que a chance de, no mesmo dia, seis aviões pararem fora do programado, o aeroporto de Congonhas (São Paulo) fechar por causa do mau tempo e a sua comunicação com a Infraero cair várias vezes é uma em 500 mil.
Paralelamente, entretanto, o mercado fala em erro de gestão e venda de passagens acima da capacidade (overbooking). Em uma auditoria sobre o Natal, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) afirmou que os seis aviões parados para manutenção não-programada foram o estopim do problema e descartou o overbooking. Depois, a agência determinou nova investigação, em andamento.


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