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Após crise no Natal, TAM muda alto escalão
Empresa nomeia Paulo Castello Branco para o cargo estratégico da vice-presidência de planejamento
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pouco mais de dois meses depois da crise do Natal, quando
milhares de passageiros foram
prejudicados por não conseguirem embarcar em seus vôos, a
TAM resolveu trocar o seu vice-presidente de planejamento: Gelson Pizzirani, que ocupava o posto, saiu da empresa.
Entra em seu lugar Paulo
Castello Branco, diretor de relações institucionais e alianças
estratégicas com companhias
internacionais. A decisão, que
valerá a partir de amanhã, já
havia sido tomada, mas foi confirmada pelo conselho de administração da companhia durante reunião realizada ontem.
A diretoria de relações institucionais e alianças com companhias internacionais passará
a fazer parte da vice-presidência de planejamento.
Na avaliação de fontes do
mercado ouvidas pela Folha, a
reestruturação é uma resposta
à família Rolim Amaro, dona da
TAM, e aos acionistas da empresa devido à crise da companhia no Natal, quando cerca de
57% dos seus vôos atrasaram.
A imagem da aérea ficou abalada depois da crise, e a TAM
chegou a contratar pesquisa
para avaliar esse impacto.
A empresa nega. Afirma que
Castello Branco ganhou espaço
dentro da TAM por conta da
importância maior que a relação com companhias internacionais vem ganhando para a
empresa: ela começa a negociar
agora, por exemplo, uma parceria operacional com a companhia alemã Lufthansa.
A TAM argumenta ainda que
essa mudança faz parte de uma
série de alterações que vêm
sendo realizadas desde 2006,
como a decisão de subordinar a
área de marketing à presidência e a criação da vice-presidência de operações.
Na avaliação de fontes do setor, entretanto, a explicação
não convence devido à importância que a vice-presidência
de planejamento tem para uma
companhia aérea.
Alma da companhia
"É a alma de uma empresa
aérea", exemplifica um executivo. "Essa vice-presidência é
dona do posicionamento da
empresa no mercado, do planejamento de rotas, determina
quais as cidades que serão servidas", completa.
Dentro da TAM, o que se comenta é que Castello Branco
será, a partir de agora, o homem forte do presidente da aérea, Marco Antonio Bologna.
Desde o apagão do Natal, havia comentários de que haveria
mudança no quadro administrativo da TAM por conta da
crise. No início deste ano, chegou-se a comentar que o vice-presidente comercial e de marketing da empresa aérea, Wagner Ferreira, seria demitido.
Posteriormente, entretanto,
a avaliação teria sido a de que
Pizzarini, durante a crise do
Natal, teria se omitido.
A explicação da TAM para o
apagão do Natal é que o ocorrido foi uma fatalidade comparável a um acidente de avião: cálculo feito pela empresa diz que
a chance de, no mesmo dia, seis
aviões pararem fora do programado, o aeroporto de Congonhas (São Paulo) fechar por
causa do mau tempo e a sua comunicação com a Infraero cair
várias vezes é uma em 500 mil.
Paralelamente, entretanto, o
mercado fala em erro de gestão
e venda de passagens acima da
capacidade (overbooking). Em
uma auditoria sobre o Natal, a
Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil) afirmou que os
seis aviões parados para manutenção não-programada foram
o estopim do problema e descartou o overbooking. Depois, a
agência determinou nova investigação, em andamento.
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