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Lucro do BB avança 45,5% e vai a R$ 6 bi
Artifícios contábeis ajudam a elevar resultado, além da carteira de crédito, que registrou expansão de 30,8% em 2006
Bancos privados também tiveram efeitos extraordinários em seus
balanços, mas no caso deles efeito foi redução nos ganhos
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco do Brasil, maior instituição financeira do país, encerrou 2006 comemorando lucro recorde de R$ 6,044 bilhões. A cifra representou um
crescimento de 45,5% em relação ao resultado de 2005.
A expansão considerável da
carteira de crédito -um aumento de 30,8% sobre 2005,
para R$ 133,157 bilhões- foi
fundamental para o resultado
do banco.
"Projetamos crescimento de
30% para a carteira de crédito
neste ano, com destaque para a
pessoa física, que esperamos
que aumente 35%", afirmou
Antônio Francisco Lima Neto,
presidente do BB.
O último trimestre de 2006
foi o que apresentou os números mais surpreendentes: o lucro somou R$ 1,248 bilhão, com
crescimento de 69,4% em relação ao mesmo período de 2005.
Mas eventos extraordinários
também tiveram peso importante no balanço, inflando os
dados do BB.
No primeiro trimestre de
2006, uma decisão do CMN
(Conselho Monetário Nacional) permitiu que os bancos
lançassem no balanço antigos
créditos tributários. Com estoques elevados desses créditos, o
Banco do Brasil viu seu resultado se expandir em mais de R$
1,5 bilhão.
No exercício do ano passado,
também houve um acordo com
a Previ (fundo de pensão dos
funcionários do banco) para
encerrar uma discussão na Justiça, que acabou por ter impacto positivo no resultado.
Sem esses eventos, o lucro do
banco teria ficado em torno de
R$ 3,64 bilhões.
Os maiores bancos privados
do país também apresentaram
pesados efeitos extraordinários
em seus balanços de 2006.
No caso de Bradesco e Itaú,
essas variações ocorreram devido a recentes compras de instituições financeiras que realizaram.
O Bradesco, sem considerar
nenhum efeito, teve lucro líquido de R$ 6,363 bilhões (com as
amortizações, ficou em R$
5,054 bilhões) em 2006. O Itaú
lucrou R$ 6,19 bilhões (com as
amortizações, o resultado foi a
R$ 4,31 bilhões).
Um dado importante para o
BB foi a redução de sua taxa de
inadimplência registrada para
a pessoa física.
Inadimplência
O banco viu o percentual de
inadimplência do segmento,
nas operações vencidas acima
de 90 dias, recuar de 8,5% em
dezembro de 2005 para 6,3%
em dezembro de 2006.
"Queremos continuar vendo
a inadimplência em queda",
disse o presidente do BB.
Mesmo assim, o balanço
mostrou elevação da provisão
para créditos de liquidação duvidosa no ano passado para R$
7,14 bilhões (aumento de 32%).
Já o Banco Popular -braço
financeiro do BB para o público
de menor renda- teve prejuízo
de R$ 40,4 milhões em 2006.
Em 2005, o prejuízo havia sido
de R$ 62 milhões.
Segundo Robson Rocha, presidente do Banco Popular, houve uma melhora na inadimplência da instituição nos últimos meses. Após alcançar o
elevado percentual de 30% no
meio do ano passado, a inadimplência recuou para 27% em
dezembro último.
No turbulento pregão da Bovespa ontem, a ação ordinária
do Banco do Brasil esteve entre
as que menos perderam, com
recuo de 2,44%.
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