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Aperto fiscal do governo é o maior da história
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A arrecadação recorde registrada em janeiro turbinou
o superávit primário do governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central),
que somou R$ 15,4 bilhões
no mês passado. O valor ficou 33% acima do resultado
fiscal de janeiro de 2007 e é o
melhor número mensal da
série disponível no Tesouro,
iniciada em 1995.
Em proporção do PIB, a
economia produzida pelo governo central em janeiro foi
de 6,89%. Na avaliação do
Ministério da Fazenda, o resultado de janeiro usualmente é o maior do ano e, no
mês passado, dois fatores
considerados atípicos potencializaram mais o resultado.
"Houve duas atipicidades
importantes: ainda não há
Orçamento e a receita de janeiro foi expressiva, decorrente do momento extraordinário da economia brasileira, influenciada pelo último trimestre de 2007", disse
o secretário do Tesouro, Arno Augustin. Segundo ele, isso reforça a "confiança" na
economia do país.
Em janeiro, as receitas subiram 12% acima da expansão do PIB na comparação
com janeiro de 2007. Um dos
motivos foi a arrecadação de
R$ 6 bilhões sobre os lucros
obtidos pelas empresas em
2007 -receita de Imposto de
Renda e a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). Além disso, o crescimento do emprego formal
proporcionou um adicional
de R$ 1,7 bilhão em receitas
previdenciárias.
Para o Tesouro, esse aumento de receitas não se sustentará nos próximos meses.
Augustin não deixou claro,
no entanto, como a ausência
de Orçamento -que ainda
está em fase de votação no
Congresso- interferiu no
superávit do mês passado. "A
falta de Orçamento represa
um conjunto de gastos."
Tradicionalmente, janeiro
é um mês de baixa execução
orçamentária, mesmo com o
Orçamento em vigor. Uma
prova disso é que, somente
em fevereiro, o governo edita
o decreto de execução financeira, que autoriza os limites
de gastos para os órgãos.
Além disso, em janeiro do
ano passado, o governo também não contava com Orçamento aprovado.
Em relação a janeiro de
2007, as despesas cresceram
8,8% acima da expansão da
economia. Pressionou os
gastos principalmente o pagamento de decisões judiciais favoráveis a aposentados da Previdência e a funcionários públicos. As condenações também ocorreram na área de custeio da
máquina pública. Essas sentenças consumiram mais de
R$ 5 bilhões.
Com investimentos, o governo gastou em janeiro R$
1,262 bilhão -17% a mais
que em janeiro de 2007.
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