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Acusado no mensalão recebe aval de Lula para ser relator
KENNEDY ALENCAR
GUSTAVO PATU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de garantir ao Palácio
do Planalto que atuará em sintonia com o ministro Guido
Mantega (Fazenda), o deputado federal Sandro Mabel (PR-GO) recebeu o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
para ser o relator da proposta
de reforma tributária que será
enviada hoje ao Congresso.
Com a bênção de Lula, Mabel
deverá ser escolhido pelo líder
do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS). Havia
forte resistência a Mabel por
ele ter atuado contra as propostas de extinção da guerra fiscal
entre os Estados.
Também contribuiu para a
escolha de Mabel a apresentação de denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra o
ex-ministro da Fazenda e deputado federal Antonio Palocci
Filho (PT-SP). O procurador-geral da República acusa Palocci de quebra de sigilo funcional
no episódio do caseiro Francenildo Costa, o que levou à saída
do petista da Fazenda em 2006.
Lula preferia Palocci, mas já
temia a denúncia contra o ex-ministro e pediu a auxiliares
que conversassem com Mabel.
O ministro José Múcio (Relações Institucionais) disse ao
presidente que Mabel havia sido enquadrado e que bateria
continência a Mantega. Ontem,
o deputado foi ao encontro que
Lula teve com os maiores empresários do país, evento no
qual pediu apoio à reforma.
Em 2005, Mabel, então líder
do PL na Câmara, foi acusado
de envolvimento no escândalo
do mensalão, mas seu nome
não apareceu entre os parlamentares beneficiados com o
dinheiro do esquema. Foi absolvido pelo plenário da Câmara por 340 votos, contra 108 pela cassação e 17 abstenções.
Na reforma tributária de
2003, Mabel foi um dos principais opositores às propostas do
governo Lula para a extinção
dos benefícios fiscais concedidos pelos Estados para a atração de empresas. Dono da indústria de biscoitos que leva
seu sobrenome, o deputado
atuou com o ex-governador
Marconi Perillo (PSDB-GO)
em favor dos incentivos.
A exemplo da proposta de
cinco anos atrás, o fim da guerra fiscal é um dos principais objetivos do novo projeto de reforma tributária do governo.
Para isso, o texto prevê a cobrança do ICMS onde os produtos são consumidos -hoje, a
maior parte da receita vai para
os Estados produtores.
O mais difícil é fixar um período de transição para a extinção dos benefícios já concedidos, tema que gerou impasse na
última tentativa de reforma.
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