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Governo insiste em cortes, apesar de receita maior
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mesmo depois de fechar
janeiro com um recorde de
arrecadação de tributos e expressivo superávit primário,
o governo insiste que precisará cortar R$ 20 bilhões no
Orçamento deste ano para
enfrentar a perda da CPMF.
Ontem, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, disse
que a programação do governo, que prevê um corte nessa
magnitude, está mantida.
No Congresso, o relator do
Orçamento, deputado José
Pimentel (PT-CE), promoveu um corte de R$ 12,6 bilhões nos gastos do governo.
Isso indica que pelo menos
mais R$ 7,4 bilhões precisarão ser cortados.
"Vamos fazer a análise do
Orçamento depois de votado. Mas avaliamos que a programação está mantida. O
crescimento econômico permitiu o aumento de R$ 10 bilhões no Orçamento e outros
R$ 10 bilhões virão das medidas tributárias adotadas. Fora isso serão necessários cortes de R$ 20 bilhões", afirmou o secretário.
Para embasar suas declarações, ele disse que o governo não espera que a receita
de janeiro se repita nos próximos meses. Augustin disse
que o avanço das receitas foi
algo atípico e decorre do bom
desempenho da economia
no último trimestre de 2007.
Segundo a Folha apurou, a
preocupação da área econômica é conter o entusiasmo
da chamada ala desenvolvimentista do governo e evitar
que o desempenho da arrecadação seja usado para aumentar gastos. Por isso, apesar da aposta de que o país
crescerá mais em 2008 e elevará as receitas, os técnicos
preferem tratar o resultado
de janeiro como fato isolado.
Para o economista Cristiano Souza, do banco Real, é
um erro achar que é possível
elevar gastos. "A hora é boa
para melhorar o quadro fiscal, e não para contratar gastos futuros."
(JS e SA)
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