São Paulo, quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

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Governo insiste em cortes, apesar de receita maior

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Mesmo depois de fechar janeiro com um recorde de arrecadação de tributos e expressivo superávit primário, o governo insiste que precisará cortar R$ 20 bilhões no Orçamento deste ano para enfrentar a perda da CPMF.
Ontem, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, disse que a programação do governo, que prevê um corte nessa magnitude, está mantida.
No Congresso, o relator do Orçamento, deputado José Pimentel (PT-CE), promoveu um corte de R$ 12,6 bilhões nos gastos do governo. Isso indica que pelo menos mais R$ 7,4 bilhões precisarão ser cortados.
"Vamos fazer a análise do Orçamento depois de votado. Mas avaliamos que a programação está mantida. O crescimento econômico permitiu o aumento de R$ 10 bilhões no Orçamento e outros R$ 10 bilhões virão das medidas tributárias adotadas. Fora isso serão necessários cortes de R$ 20 bilhões", afirmou o secretário.
Para embasar suas declarações, ele disse que o governo não espera que a receita de janeiro se repita nos próximos meses. Augustin disse que o avanço das receitas foi algo atípico e decorre do bom desempenho da economia no último trimestre de 2007.
Segundo a Folha apurou, a preocupação da área econômica é conter o entusiasmo da chamada ala desenvolvimentista do governo e evitar que o desempenho da arrecadação seja usado para aumentar gastos. Por isso, apesar da aposta de que o país crescerá mais em 2008 e elevará as receitas, os técnicos preferem tratar o resultado de janeiro como fato isolado.
Para o economista Cristiano Souza, do banco Real, é um erro achar que é possível elevar gastos. "A hora é boa para melhorar o quadro fiscal, e não para contratar gastos futuros." (JS e SA)

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