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Funcionalismo e
privatização têm semelhanças
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Privatizações, reformas
constitucionais e relações
com servidores são usualmente mencionadas para
contrastar as administrações de tucanos e petistas,
mas, mesmo nesses casos,
as diferenças merecem ser
relativizadas.
Em oito anos de mandato, FHC vendeu sete estatais federais e as respectivas subsidiárias herdadas
de seu antecessor, Itamar
Franco -um notório crítico das privatizações, que,
no entanto, vendeu 15 empresas em seus pouco mais
de dois anos de governo.
O tucano fez duas privatizações emblemáticas:
Vale e telefonia pública.
Manteve, no entanto, algo
como uma centena de empresas, incluindo gigantes
como Petrobras, Eletrobrás, Infraero e BB.
De lá para cá, Lula manteve o "Estado empresário" praticamente do mesmo tamanho. Seu governo
privatizou os antigos bancos estaduais do Maranhão e do Ceará, defendeu
a venda do IRB (Instituto
de Resseguros do Brasil),
estudou a concessão dos
aeroportos e criou uma ou
outra empresa de porte
modesto, caso da Hemobrás, de hemoderivados.
Nos primeiros dois anos
de governo, quando o cenário econômico era hostil, o petista seguiu a agenda dita neoliberal, que hoje repudia. Trabalhou pela
reforma da Previdência,
aprovou nova Lei de Falências, endureceu o aperto fiscal e alterou a política
social conforme orientações do Banco Mundial.
O reformismo perdeu
impulso a partir de 2005,
quando a crise política trazida pelo mensalão coincidiu com a melhora das
economias global e doméstica. Foi quando o gasto público começou a crescer mais aceleradamente,
na União e nas administrações estaduais e municipais de todos os partidos.
Lula, de fato, reverteu a
redução do quadro de pessoal do Executivo promovida por FHC, e os sindicatos dos servidores permanecem entre as principais
bases políticas do PT. Os
gastos com o funcionalismo, no entanto, cresceram
no segundo mandato do
tucano e caíram no primeiro governo petista, antes da bonança econômica
e orçamentária.
(GP)
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