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MERCOSUL
Indústria brasileira de bens de capital pode perder competitividade no mercado da Argentina
Pacote argentino preocupa exportadores
MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Local
O pacote fiscal do governo argentino para reativar a economia e
gerar empregos preocupa exportadores brasileiros.
A redução de alguns impostos
proposta pelo governo argentino
pode afetar a competitividade de
determinados produtos feitos no
Brasil, principalmente os bens de
capitais, avaliaram exportadores
brasileiros.
O que mais preocupa as empresas é a redução do Imposto de Importação de bens de capital para
países fora do Mercosul.
De acordo com a proposta, a alíquota de importação para esses
países, que hoje é de 17%, passaria
para 6%. Do total de US$ 3,9 bilhões exportados de máquinas e
equipamentos pelo Brasil no ano
passado, cerca de 30% destinou-se
à Argentina.
"A medida preocupa, pois aumentará a concorrência pelo mercado argentino", avaliou o empresário Hiroyuki Sato, diretor da
Abimaq (Associação Brasileira da
Indústria de Máquinas e Equipamentos).
Segundo ele, já existiam rumores de que o governo argentino
preparava medida semelhante.
"Os empresários argentino pleiteavam igualdade de condições de
importação de máquinas com o
Brasil", disse Sato.
Desde dezembro, o Brasil mantém alíquota de importação de 5%
para cerca de 500 tipos de máquinas e equipamentos.
Até julho do ano passado, a lista
de produtos que podiam ser importados sob condição favorecida
continha cerca de 4.000 itens.
Além da intenção de reduzir o
Imposto de Importação de bens de
capital, o pacote fiscal argentino
contém também reduções no IVA
(Imposto sobre o Valor Agregado)
de aproximadamente dez pontos
percentuais.
"É preciso saber quais produtos
serão beneficiados por essa redução, pois ficarão mais baratos em
relação ao artigos brasileiros",
afirmou José Augusto Castro, diretor da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil).
Grande parte das exportações
brasileiras para a Argentina, que
no ano passado somaram US$ 6,7
bilhões, são de produtos manufaturados.
O volume exportado cresceu
cerca de 30% sobre 1996. No entanto, o saldo comercial continuou deficitário para o Brasil -déficit de US$ 1,35 bilhão em 1997.
O pacote fiscal argentino deverá
ser enviado ao Congresso do país
no final de março.
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