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São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 2003

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POBREZA RELATIVA

País produz o equivalente a US$ 450 bi em 2002 e perde posto para Coréia do Sul; cálculo considera câmbio médio

Brasil cai para 12ª lugar no PIB em dólares

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro atingiu R$ 1,321 trilhão em 2002, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE. O PIB per capita fechou o ano em R$ 7.567. Segundo a consultoria Global Invest, o PIB em dólar ficou em US$ 450 bilhões e foi superado pelo da Coréia do Sul (US$ 470 bilhões).
Com isso, o Brasil caiu do 11º para o 12º lugar do mundo em valor do PIB convertido para o dólar pela variação cambial média do ano. O PIB per capita em dólar, pela mesma metodologia da Global Invest, ficou em US$ 2.577.
O uso do PIB em dólar, calculado pelo câmbio médio, para comparar os tamanhos de economias diferentes é controvertido. Muitos economistas e instituições preferem trabalhar com a fórmula que leva em conta a paridade do poder de compra interno de cada moeda, indicador que revela o custo de vida de cada país.
A Global Invest defende sua metodologia: "Quando uma multinacional vai fazer um investimento em um país, ela mede o potencial de retorno daquele mercado em dólar", afirma Fernando Pinto Ferreira, sócio da consultoria.
Ferreira disse que o câmbio médio de 2002 (R$ 2,94 por um dólar) não é tão desfavorável no cálculo do PIB brasileiro, considerando que o dólar chegou a valer R$ 4 e hoje vale cerca de R$ 3,40.
Segundo ele, a má colocação do Brasil reflete o fraco desempenho da economia do país no período de 1998 a 2002. O PIB brasileiro, diz, cresceu 1,6% ao ano no período, ante 3,2% do mundo e 4,6% dos chamados países emergentes. Em 2001, o Brasil já havia sido ultrapassado por México e Espanha no tamanho do PIB.
Para Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do BC, "é inegável que o novo valor do PIB em dólar é sinal de empobrecimento". Mas ele ressalva que, como há países com câmbio sobrevalorizado e outros com câmbio subvalorizado, a comparação de economias por esse critério fica distorcida.
De acordo com o IBGE, em 2002 o consumo das famílias somou R$ 783,280 bilhões, o do governo, R$ 254,655 bilhões, e os investimentos totais, R$ 247,241 bilhões.
O IBGE confirmou que a economia brasileira cresceu 1,52% em 2002. O deflator implícito -que serve para corrigir os valores nominais- do PIB foi de 8,47%.
Segundo novos cálculos introduzidos nas contas nacionais pelo IBGE, as contas econômicas trimestrais, a poupança bruta do país atingiu R$ 237,385 bilhões no ano passado, o que equivale a 19,96% do PIB. Em 2001 a poupança bruta havia sido de R$ 199,629 bilhões, equivalentes a 17,30% do PIB.


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