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São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Moeda chegou a subir 1% pela manhã, mas inverteu tendência após presidente falar de reformas

Discurso de Lula freia dólar, que cai 0,15%

DA REPORTAGEM LOCAL

Notícias internas avançaram sobre os acontecimentos internacionais que balizaram o mercado nos últimos dias e influenciaram na oscilação dos indicadores ontem. A possibilidade do andamento das reformas no Congresso virou a tendência do dólar -que chegou a subir 1% pela manhã. A moeda fechou em baixa de 0,15%, cotada a R$ 3,385.
A predominância do pessimismo no mercado externo fez o risco-país subir 1,94% e fechar aos 1.046 pontos.
O Ibovespa chegou a cair 1,5%, influenciado pelas quedas das Bolsas internacionais, mas encerrou o pregão praticamente estável, com alta de 0,24%.
A dificuldade em prever a duração do conflito contra o Iraque e o desenrolar do pós-guerra têm sido os principais fatores de instabilidade. Entretanto as notícias domésticas foram as que mais movimentaram os indicadores internos ontem. Segundo analistas, a alta de 0,86% do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe e a divulgação da ata do Copom não repercutiram de maneira favorável no mercado. O aumento de 15,9% para 16,8% na previsão de reajuste dos preços administrados foi visto por alguns como um sinal de que a inflação demorará a ceder.
"Esse aumento do Copom pode ter reflexo na inflação e uma expectativa maior na correção de preços", disse Hélio Osaki, analista da corretora Finambras.
Entretanto o discurso em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que enviará no próximo mês as propostas das reformas previdenciária e tributária ao Congresso motivou os investidores e parou o ímpeto do dólar.
Já a questão da autonomia do Banco Central foi absorvida pelos mercados, mas não chegou a alterar as cotações.
Um dia após José Genoino, presidente nacional do PT, dizer que a autonomia da autoridade monetária estava "fora da agenda", o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) afirmou que esse assunto ainda não estava decidido pelo governo.
"A divergência dentro do partido repercute mal e preocupa o mercado. Mas a questão em si não deve pesar tanto porque hoje o medo de que o PT adotasse qualquer medida populista com relação à política monetária já foi afastado pelas atuais ações do novo governo", afirma Osaki.
(GEORGIA CARAPETKOV)


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