São Paulo, sexta-feira, 28 de março de 2003 |
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CAPITAL BOMBARDEADO Para Fundo, investidores internacionais podem estar otimistas demais; aversão a risco atingiria Brasil Pós-guerra instável atinge mercado, diz FMI
DA REDAÇÃO Para o mercado financeiro mundial, o pós-guerra será mais importante do que a duração do conflito no Oriente Médio, advertiu o FMI (Fundo Monetário Internacional). Num cenário de contragolpes terroristas, persistentes tensões internacionais e quebra no fornecimento do petróleo, as incertezas econômicas seguiriam elevadas, afetando as Bolsas de Valores e o mercado de títulos públicos e privados. O Brasil, que passa por uma gradual recuperação, seria um dos atingidos, disse o FMI. "Incertezas prolongadas poderiam manter a aversão ao risco em níveis elevados, deprimir os mercados financeiros e acentuar as forças contrárias à recuperação econômica mundial", afirma o Fundo, em uma análise acerca das perspectivas dos mercados financeiros internacionais. A instituição divulgou ontem o "Relatório sobre a Estabilidade Financeira Global", publicação semestral que traça um panorama dos mercados mundiais. A íntegra do documento pode ser encontrada no site do Fundo (www.imf.org). Cenário turvo Na análise do Fundo, o mercado financeiro mundial trabalha com a expectativa de uma guerra rápida, e os preços dos ativos, a despeito da forte desvalorização que precedeu os ataques, não pressupõem um período mais longo sob alto grau de indefinições políticas e econômicas. Por isso, diz o relatório, haveria margem para quedas mais profundas. "A reversão da alta que ocorreu no quarto trimestre destaca o alto nível de fragilidade do sentimento dos investidores e a urgente necessidade de políticas que estimulem a confiança do mercado", afirma o relatório. "Os mercados anteciparam uma guerra curta, e qualquer mudança nesse cenário pode enfraquecer a confiança ainda mais." Por outro lado, o FMI não acredita que ocorrerá um colapso financeiro em escala global. Diz o relatório que as autoridades monetárias devem se esforçar para manter a confiança de empresários e de consumidores, e as baixas taxas de juros têm sido importantes para evitar uma queda ainda maior no sentimento. Brasil na mira O FMI disse que o Brasil conseguiu reverter parte da crise de confiança que abatia o país graças aos bons níveis de reservas internacionais e às políticas conservadoras do governo Lula. Mas, para o FMI, o país não deixaria de sofrer os efeitos de uma renovada aversão ao risco, caso o pós-guerra seja mais soturno do que esperam os investidores. A crise argentina e as tensões envolvendo a eleição no Brasil atingiram o fluxo de capitais para os países emergentes, diz o relatório. O financiamento externo recuou de US$ 162,1 bilhões, em 2001, para US$ 134,8 bilhões, no ano passado. Em 2000, as captações foram de US$ 216,2 bilhões. Com agências internacionais Texto Anterior: Barril de pólvora: Petróleo volta a ficar acima de US$ 30 em NY Próximo Texto: Mercado financeiro: Discurso de Lula freia dólar, que cai 0,15% Índice |
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