São Paulo, domingo, 28 de março de 2004

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Negócios geraram perda de R$ 200 mi

DA REPORTAGEM LOCAL

Negócios malsucedidos, firmados antes do período ou durante a fase em que o Bank of America teve 100% de controle do Liberal, acabaram marcando sua atuação no país. A lista inclui a Vasco da Gama Licenciamentos (VGL), a Terra Encantada e a "Gazeta Mercantil". Sozinhos, esses três negócios significaram perdas que, segundo ex-funcionários, aproximam-se de R$ 200 milhões.
No fim do ano passado, o BofA sofreu outro baque com a crise da Parmalat. A dívida da multinacional com o banco no país ultrapassa R$ 200 milhões, segundo a Folha apurou.
Por conta de problemas com essas empresas, o BofA teve de negociar acordos que terminaram em prejuízos e, atualmente, ainda arca com pendências jurídicas resultantes de alguns negócios.
É o caso, por exemplo, da VGL. A empresa resultou de negócio firmado no início de 1998 entre o Liberal, controlado na época pelo NationsBank, e o Vasco da Gama. Pelo acordo, o banco formou a VGL, que adquiriu os direitos de negociar todos os direitos da marca do clube carioca.
Com a fusão entre o Nations e o BofA, a VGL passou a ser controlada pela empresa Deportes Sports Holding Limited, subsidiária do Bank of America, sediada nas Ilhas Cayman.
Em 2001, a parceria foi suspensa. O Vasco da Gama alegava que o BofA lhe devia US$ 12 milhões. Já o banco reclamava créditos no clube carioca no valor de R$ 80 milhões.
Os dois acabaram chegando a um acordo em que o Vasco acabou não pagando nada à VGL e vice-versa, de acordo com Eurico Miranda, presidente do clube.
Segundo Miranda, o Vasco cedeu o crédito que tinha a receber do banco à própria VGL e, em troca, conseguiu recuperar os direitos de exploração da sua marca. Procurado pela reportagem, o BofA não quis falar sobre o acordo.
De toda forma, independentemente do suposto acordo, a VGL tem tem uma dívida com o INSS de R$ 12 milhões que acaba de resultar em um processo na Justiça Federal do Rio de Janeiro. É alvo também de ações trabalhistas que, somadas às do próprio BofA, ultrapassam dez processos só no Rio de Janeiro. São pendências que o BofA ainda terá de resolver no Brasil. (EF)



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