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Lojas esperam
consumidor que
limpou cadastro
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao final de 2003, o país bateu
o recorde no volume de consumidores que retiraram os seus
nomes da lista de clientes inadimplentes. Cerca de 17 milhões dos 24,1 milhões de nomes incluídos em cadastros
conseguiram pagar suas dívidas. A volta desses consumidores poderia aquecer a demanda
no varejo paulista. Mas ainda
não há sinais claros desse retorno às lojas.
"O que nós percebemos é que
aqueles que pagaram as contas
naquela época e até voltaram a
comprar logo depois estão com
dificuldades de arcar com os
gastos novamente", afirma Oiram Corrêa, gerente da assessoria econômica da Fecomercio SP (Federação do Comércio
do Estado de São Paulo).
A volta dos clientes com a ficha limpa ao mercado foi debatida pelos especialistas no final
de 2003. Acreditava-se que
uma eventual elevação na renda do trabalhador neste ano,
ainda que tímida, poderia dar
certo impulso à demanda. Mas
o rendimento médio real não
dá sinais de expansão sustentada até o momento.
Historicamente, consumidores que ficaram na lista de inadimplentes tendem a aguardar
um período antes de ir às compras de novo.
"Eles pagam o que devem,
mas mesmo depois acham que
ainda estão com o nome sujo e
temem ser barrados nas lojas",
afirma Corrêa.
De acordo com Valdemir Colleone, superintendente da Lojas Cem, esse consumidor não
deve aguardar novas reduções
nas taxas de juros para voltar a
gastar. O varejo já repassou para as etiquetas as recentes quedas na taxa Selic, a taxa de juros
básica da economia, hoje em
16,25% e que serve de parâmetro para o juros do varejo. Há
pouco espaço para novas quedas nas lojas, diz.
"Já estive mais otimista quanto ao comportamento do consumidor. Agora, nem posso
acreditar mais numa reação rápida do mercado. Seria bobagem minha crer nisso", afirma.
O volume de vendas do comércio registrou 12 meses consecutivos de queda no ano passado. Até novembro a variação
foi negativa sobre 2002.
(AM)
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