São Paulo, domingo, 28 de março de 2004

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Lojas esperam consumidor que limpou cadastro

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao final de 2003, o país bateu o recorde no volume de consumidores que retiraram os seus nomes da lista de clientes inadimplentes. Cerca de 17 milhões dos 24,1 milhões de nomes incluídos em cadastros conseguiram pagar suas dívidas. A volta desses consumidores poderia aquecer a demanda no varejo paulista. Mas ainda não há sinais claros desse retorno às lojas.
"O que nós percebemos é que aqueles que pagaram as contas naquela época e até voltaram a comprar logo depois estão com dificuldades de arcar com os gastos novamente", afirma Oiram Corrêa, gerente da assessoria econômica da Fecomercio SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo).
A volta dos clientes com a ficha limpa ao mercado foi debatida pelos especialistas no final de 2003. Acreditava-se que uma eventual elevação na renda do trabalhador neste ano, ainda que tímida, poderia dar certo impulso à demanda. Mas o rendimento médio real não dá sinais de expansão sustentada até o momento.
Historicamente, consumidores que ficaram na lista de inadimplentes tendem a aguardar um período antes de ir às compras de novo.
"Eles pagam o que devem, mas mesmo depois acham que ainda estão com o nome sujo e temem ser barrados nas lojas", afirma Corrêa.
De acordo com Valdemir Colleone, superintendente da Lojas Cem, esse consumidor não deve aguardar novas reduções nas taxas de juros para voltar a gastar. O varejo já repassou para as etiquetas as recentes quedas na taxa Selic, a taxa de juros básica da economia, hoje em 16,25% e que serve de parâmetro para o juros do varejo. Há pouco espaço para novas quedas nas lojas, diz.
"Já estive mais otimista quanto ao comportamento do consumidor. Agora, nem posso acreditar mais numa reação rápida do mercado. Seria bobagem minha crer nisso", afirma.
O volume de vendas do comércio registrou 12 meses consecutivos de queda no ano passado. Até novembro a variação foi negativa sobre 2002. (AM)


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