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SP é o Estado mais pessimista sobre emprego
Datafolha aponta que 63% dos paulistas esperam aumento do desemprego; PE, RJ e CE são os Estados mais otimistas
SP, PE e CE tiveram saldo de criação de vagas próximo a zero em fevereiro, mas em números absolutos corte é muito maior em São Paulo
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
São Paulo é o Estado em que
os trabalhadores estão mais
pessimistas sobre o mercado de
trabalho, segundo pesquisa Datafolha. Para 63% dos paulistas,
o desemprego vai aumentar.
São Paulo também é a capital
com expectativas menos favoráveis, ao lado de Florianópolis.
Ao considerar a margem de erro, de no máximo dois pontos
percentuais, as capitais ficaram
empatadas, com 62% e 65% das
respostas, respectivamente.
Entre os dez Estados monitorados pelo instituto, o maior
percentual de pessoas que dizem que o desemprego vai diminuir está em Pernambuco e
no Rio de Janeiro (ambos com
21%), seguido pelo Ceará (19%).
A Folha cruzou os dados do
Datafolha sobre expectativas
para o emprego com os do Caged sobre o saldo de criação de
vagas. Tanto São Paulo, o mais
pessimista, quanto Pernambuco e Ceará, que estão entre os
mais otimistas, tiveram saldo
próximo de zero em fevereiro
ante janeiro. Em números absolutos, porém, a eliminação de
empregos é muito maior em
São Paulo, que concentra grande parte da mão de obra do
país. No mês passado, o Estado
criou 392.085 postos de trabalho e eliminou 392.180 vagas.
Segundo o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, a sensação
da população sobre o trabalho
não reflete nas mesmas proporções as diferenças nas condições do mercado. "O desemprego pode estar aumentando,
as pessoas podem perceber,
mas a confiança no governo é
tão forte que elas continuam
otimistas." Paulino diz que,
apesar da queda na popularidade do presidente desde o fim do
ano passado, o índice de aprovação ainda é elevado.
Paulino destaca que as regiões Sul e Sudeste costumam
ser as mais críticas ao governo
Lula. "Isso ocorre porque ações
sociais estão mais concentradas no Norte e no Nordeste."
Apesar do maior otimismo
no Nordeste sobre o emprego,
outros Estados também estão
confiantes em que o país vai superar a crise. A percepção de
que, se o Brasil tiver que passar
por algum aperto, será muito
pequeno, é comum nos Estados pesquisados do Nordeste
(BA, PE e CE) e na região Sul.
Nesse lugares, no mínimo 49%
dos entrevistados concordam
com a tese. O menor índice foi
registrado em São Paulo (46%).
O Datafolha também revela
que a maior parte da população
não mudou hábitos de consumo por medo do desemprego.
Em todos os Estados, o levantamento detectou que, no mínimo, 67% dos entrevistados
não deixaram de comprar bens.
Apesar da manutenção dos
hábitos de consumo, Paulino
ressalta que o Datafolha detectou que, neste mês, há mais
pessoas que deixaram de consumir em razão da crise do que
havia em novembro. Em março, cerca de um terço dos entrevistados diminuiu o consumo de algum bem.
O Datafolha ouviu 11.204
pessoas com idade acima de 16
anos entre 16 e 19 de março em
371 municípios brasileiros.
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