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Ford anuncia programa de demissão voluntária
Plano inclui Camaçari, Taubaté e São Bernardo
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
A Ford do Brasil anunciou
ontem um programa de demissão voluntária para as unidades
de Camaçari (BA), São Bernardo do Campo (SP) e Taubaté
(SP). Em nota, a empresa disse
que o objetivo do programa é
"ajustar" o número de trabalhadores aos atuais níveis de
produção, afetados pela queda
nas exportações.
A montadora atribui a redução nas vendas externas à "desaceleração da economia global", que afeta os principais
mercados da Ford.
A empresa não divulgou as
metas de redução de pessoal
nem os benefícios e indenizações que serão oferecidos.
Nenhum executivo da Ford
deu entrevista sobre o plano
ontem. Na nota, a empresa afirma que vai manter investimentos já anunciados.
Para o sindicalista Paulo
Cayres, secretário de formação
da Confederação Nacional dos
Metalúrgicos e coordenador do
comitê sindical na Ford, a implementação do plano pode ser
vista como medida positiva,
pois "vai embora quem quer".
"A empresa não foi agressiva.
A demissão voluntária é um
instrumento que o sindicato
utiliza para evitar as demissões
pesadas e unilaterais, o que não
é o caso da Ford", disse.
Cayres, no entanto, criticou a
indenização oferecida. "O que a
Ford está oferecendo é malefício, não um benefício", disse.
Segundo o Cayres, o programa de demissão voluntária
apresentado pela Ford aos sindicatos na semana passada prevê o pagamento de indenização
de 41,5% do salário atual do trabalhador multiplicado pelo número de anos trabalhados na
empresa. Para o sindicalista, a
proposta não é atraente para os
trabalhadores em geral, mas
pode beneficiar os já aposentados que continuam na ativa.
A oferta da empresa aos trabalhadores com estabilidade
(com lesões causadas por esforço ou que tiveram acidentes) é
um pouco mais atrativa. A Ford
ofereceu, segundo o sindicato,
indenização de 140% do salário
atual por ano trabalhado.
A empresa também não informou ao sindicato qual a meta de redução de pessoal que
quer atingir com o PDV.
O programa estará disponível de 2 a 20 de abril.
Para Cayres, a empresa foi
cautelosa ao adotar o PDV e
não divulgar as metas de redução de pessoal.
"Se a crise estivesse para valer mesmo, eles não pensariam
nisso não. A empresa está cautelosa porque pode haver uma
retomada na produção e eles
podem ser surpreendidos."
Segundo Cayres, a produção
de automóveis está aquecida
atualmente, principalmente
após a redução de IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados), mas o cenário ainda apresenta oscilações.
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