|
Próximo Texto | Índice
Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Mineradoras negociam novo modelo de preço para o ferro
Uma discussão deve ganhar
destaque nas próximas semanas no Brasil e envolver governo federal e consumidores internos de aço. As grandes mineradoras de ferro, incluídas Rio
Tinto, BHP Billiton e Vale, negociam no mercado internacional mudança no sistema de precificação do minério de ferro.
A ideia é eliminar o sistema
atual de preços, vigente há 40
anos, no qual são definidos os
reajustes válidos por um ano.
As grandes mineradoras, que
avançam na discussão com as
siderúrgicas asiáticas, querem
criar um modelo com revisões
trimestrais.
A revisão do preço do minério de ferro a cada 90 dias também valeria para as siderúrgicas brasileiras e seus clientes.
A Associação Europeia da Indústria Siderúrgica reagiu mal
à proposta da grandes mineradoras e diz que irá mobilizar a
União Europeia contra o plano.
No ano passado, 19,9% das
divisas obtidas pelo Brasil na
exportação de minério de ferro
vieram da Europa.
O Instituto Brasileiro de Mineração saiu a campo para defender a proposta da Vale e das
demais mineradoras.
O instituto teme oposição interna, inclusive do governo, em
relação a riscos de a proposta
resultar em impulso inflacionário no mercado interno após
a criação desse sistema de revisão trimestral de preço para
um dos insumos mais basilares
da economia -o aço.
Elevar o preço do aço pode
ser péssima notícia no momento em que o país avança em investimentos de infraestrutura.
O risco de inflação interna é
pequeno, segundo Paulo Camillo Penna, diretor-presidente
do instituto. Primeiro porque
90% do minério de ferro produzido no Brasil é exportado.
De todo modo, Penna reconhece que a metodologia internacional terá vigência no mercado interno.
Diz, entretanto, que o Brasil
poderá ser beneficiado com a
proposta, em razão de o país ter
no setor mineral importante
fonte para saldos comerciais.
Penna afirma que a nova sistemática de precificação pode
trazer para o país mais US$ 5
bilhões em divisas por ano.
PASTEL DE BELÉM
Mais de 585 mil turistas
brasileiros visitaram Portugal em 2009 e deixaram
mais de € 194 milhões em
território português. O viajante do Brasil é o que mais
gasta em Portugal, uma média de 192 por dia, ante
118 dos demais, segundo o
Turismo de Portugal.
NO BOLSO
O mercado de títulos de
capitalização começou o ano
com receita de R$ 826 milhões em janeiro, o que representa crescimento de
12% na comparação com o
mesmo período do ano passado, de acordo com dados
da FenaCap (Federação Nacional de Capitalização).
SALTO ALTO
O empresário Alexandre Birman, dono da marca que leva seu nome, se prepara para inaugurar a primeira loja da
grife no Brasil, depois de lançar seus luxuosos sapatos
nos Estados Unidos, em meio à crise, no final de 2008.
No próximo dia 5, ele abre em São Paulo uma loja de 14
metros quadrados, com apenas uma vendedora, que fará
o atendimento personalizado, de uma cliente por vez. Foram investidos cerca de R$ 500 mil no pequeno espaço.
"É uma loja de luxo. Vamos operar com porta fechada e atendimento exclusivo para a cliente sentir como
se estivesse no closet dela", diz o empresário, que esperou a marca amadurecer no exterior para trazê-la ao
mercado brasileiro. "Em 2008, quando criamos a grife,
era um momento delicado, com a indústria cautelosa
em relação às exportações." A marca hoje está presente em mais de 15 países.
BEBIDA CENTENÁRIA
No ano em que completa o seu centenário, a vinícola Salton aposta no
crescimento do setor e investe na ampliação da capacidade de produção.
"Já iniciamos a importação de máquinas e equipamentos da Itália e da
Alemanha para a instalação de uma segunda linha
de produção", diz o diretor-presidente Daniel Salton, 56, da terceira geração da família.
Com investimento de
R$ 10 milhões, a nova linha deve ficar pronta até
outubro e poderá ser usada tanto para a produção
de vinhos como de espumantes, dependendo da
demanda do mercado.
Após perder para a Miolo a compra da Almadén
em 2009, a Salton está
aberta para aquisições.
"Se surgir algum negócio,
vamos analisar com carinho", diz o executivo.
Sobre a possibilidade de
abrir capital na Bolsa, Salton afirma que "este ainda
não é o momento". Mas
não descarta a hipótese:
"No futuro, quem sabe".
Após a retração nas exportações por conta da
crise financeira, a empresa ensaia a retomada do
mercado externo. Há 20
dias, contratou um gerente de exportação. "Vamos
retornar mais forte neste
ano para as exportações."
Salton vê o mercado asiático com grande potencial
para o vinho brasileiro.
Para brindar os cem
anos em agosto, a Salton
lançará uma edição limitada de um espumante e
de um vinho tinto. Foram
importadas da França
26,4 mil garrafas especialmente para essas bebidas.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e AGNALDO BRITO
Próximo Texto: País volta a ser oitava maior economia Índice
|