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País volta a ser oitava maior economia
Após 11 anos, Brasil voltou ao posto que havia sido perdido para a Rússia segundo ranking que considera PIBs em dólares
Crescimento ajuda a atrair mais investidores e a elevar influência geopolítica; dados foram compilados pela Economist Intelligence Unit
ÉRICA FRAGA
ESPECIAL PARA A FOLHA
A recente crise mundial alçou o Brasil à condição de oitava maior economia do mundo
em 2009. É a primeira vez desde 1998 que o pais ocupa essa
posição no ranking global com
o PIB (Produto Interno Bruto)
medido em dólares.
A crise econômica no mundo
desenvolvido, a fortaleza do
real e políticas anticíclicas bem
sucedidas adotadas pelo governo contribuíram para esse resultado. Mas por trás da performance brasileira há também
deficiências, como uma economia ainda fechada, que se travestiram de vantagem durante
a crise, mas que no longo prazo
tendem a voltar a pesar negativamente na trajetória do país.
O desempenho da economia
brasileira já havia sido favorável entre 2007 e 2008, quando
passou da décima à nona posição no ranking mundial, deixando para trás a Espanha e o
Canadá, embora tenha sido ultrapassado pela Rússia.
Com esse movimento, o Brasil também passou a ser a segunda maior economia das
Américas, atrás apenas dos Estados Unidos.
Ganhar posições no ranking
de maiores economias é positivo porque torna o país mais
atrativo para investidores externos e aumenta seu peso geopolítico. Mas desde que a mudança seja sustentável; e, de
preferência, se trouxer chances
de mais progresso no futuro.
Colocando o caso brasileiro
em perspectiva histórica, não
se pode dizer que a melhoria registrada nos últimos dois anos
represente um fato inédito. Há
décadas o país oscila entre a oitava e a décima posição (embora tenha estado pontualmente
também em sétimo e décimo
terceiro lugares desde 1980).
O câmbio costumava ser fator primordial nas mudanças
do Brasil no ranking das maiores economias. Na última vez
em que havia ocupado a oitava
posição, em 1998, foi derrubado
pela maxidesvalorização do
real em janeiro do ano seguinte, caindo para décimo lugar.
No ano passado a força do
real também colaborou para a
melhoria relativa do Brasil.
Prova disso é o fato de que o tamanho da economia brasileira
medido pela chamada paridade
do poder de compra (PPP)
-que ajusta os valores absolutos do PIB de acordo com o custo de vida em cada país -se
manteve na nona posição.
Mas não foi só o câmbio. Outros fatores também ajudaram
o Brasil, como o próprio desempenho da economia e o fato
de ser relativamente fechado.
ÉRICA FRAGA é editora sênior da consultoria
britânica Economist Intelligence Unit (EIU)
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