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São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Encurtada por feriado, semana será marcada pela espera dos projetos do governo que vão ao Congresso

Investidores aguardam envio de reformas

MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Em mais uma semana reduzida por feriado, desta vez pelo Dia do Trabalho, na quinta-feira, a expectativa mais disseminada no mercado é que predomine um clima de compasso de espera.
Até o encaminhamento das reformas e o surgimento de mais definições no câmbio e no cenário externo, deve continuar o movimento de consolidação de preços ao redor dos patamares atuais.
Analistas não descartam uma realização de lucros, mas afirmam que os ativos devem seguir sem tendência muito definida, ao sabor de forte volatilidade.
"O mais provável é que [o mercado] no curto prazo fique de lado, à espera do envio das reformas ao Congresso", diz Beto Scretas, diretor da Schroeder Brasil.
O governo deverá encaminhar as propostas de reformas tributária e da Previdência ao Congresso na próxima quarta-feira.
A queda do dólar e do petróleo e a consequente redução dos preços dos derivados e de outros produtos devem provocar o recuo da inflação em maio.
"O corte dos juros básicos poderia ocorrer no mês que vem ou em junho, e esse início de queda seria emblemático, após tantos meses do último corte", afirma Scretas. Em julho de 2002, o BC reduziu os juros de 18,5% para 18%.
A queda dos juros abre espaço para um crescimento maior da economia, "além de reduzir a atratividade da renda fixa e propiciar a migração de recursos de investidores locais para a Bolsa".

Câmbio
O Banco Central deverá iniciar a rolagem de US$ 1,5 bilhão de dívida cambial em uma semana que promete, de novo, forte oscilação de preços. Na quinta, vencem os contratos de dólar futuro do mês.
A véspera deverá ser marcada pelo acirramento da disputa entre "comprados" (apostam na alta da cotação) e "vendidos" (acreditam na queda) para a formação do Ptax (preço médio diário do dólar, medido pelo BC) que liquida esses vencimentos.

Índices de inflação
Hoje sai a taxa do IPC da Fipe da terceira quadrissemana do mês. A estimativa do mercado é de alta de 0,90%, devido à elevação dos preços dos alimentos. Amanhã será a vez do IGP-M do mês, que tem previsão de alta de 0,90%.

Copom
A ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) será divulgada na sexta-feira. No documento, o BC deverá apresentar as razões para a manutenção da Selic em 26,5% e a retirada do instrumento que permite a seu presidente elevar os juros antes da reunião do mês seguinte.

Estados Unidos
Os balanços de grandes empresas norte-americanas devem dividir a atenção de investidores com a agenda repleta de indicadores.
Amanhã sai o índice de confiança do consumidor deste mês. A previsão é de elevação de 7,4 pontos percentuais. Se vier muito abaixo disso poderá gerar repercussão negativa porque evidenciaria que o sentimento do consumidor não teria melhorado com o desfecho do conflito no Iraque.
Na quarta-feira, o presidente do Federal Reserve (o BC dos EUA), Alan Greenspan, discursa a deputados. Na quinta, saem os pedidos das fábricas de março, que têm queda prevista de 0,20%, e, na sexta, a taxa de desemprego do mês -espera-se alta para 5,9%.

Pneumonia
Analistas temem que o pânico causado pela evolução rápida da pneumonia asiática provoque forte reação dos mercados, com consequências para a já fragilizada economia mundial.


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