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MERCADO FINANCEIRO
Encurtada por feriado, semana será marcada pela espera dos projetos do governo que vão ao Congresso
Investidores aguardam envio de reformas
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Em mais uma semana reduzida
por feriado, desta vez pelo Dia do
Trabalho, na quinta-feira, a expectativa mais disseminada no
mercado é que predomine um clima de compasso de espera.
Até o encaminhamento das reformas e o surgimento de mais
definições no câmbio e no cenário
externo, deve continuar o movimento de consolidação de preços
ao redor dos patamares atuais.
Analistas não descartam uma
realização de lucros, mas afirmam
que os ativos devem seguir sem
tendência muito definida, ao sabor de forte volatilidade.
"O mais provável é que [o mercado] no curto prazo fique de lado, à espera do envio das reformas ao Congresso", diz Beto Scretas, diretor da Schroeder Brasil.
O governo deverá encaminhar
as propostas de reformas tributária e da Previdência ao Congresso
na próxima quarta-feira.
A queda do dólar e do petróleo e
a consequente redução dos preços dos derivados e de outros produtos devem provocar o recuo da
inflação em maio.
"O corte dos juros básicos poderia ocorrer no mês que vem ou em
junho, e esse início de queda seria
emblemático, após tantos meses
do último corte", afirma Scretas.
Em julho de 2002, o BC reduziu os
juros de 18,5% para 18%.
A queda dos juros abre espaço
para um crescimento maior da
economia, "além de reduzir a
atratividade da renda fixa e propiciar a migração de recursos de investidores locais para a Bolsa".
Câmbio
O Banco Central deverá iniciar a
rolagem de US$ 1,5 bilhão de dívida cambial em uma semana que
promete, de novo, forte oscilação
de preços. Na quinta, vencem os
contratos de dólar futuro do mês.
A véspera deverá ser marcada
pelo acirramento da disputa entre
"comprados" (apostam na alta da
cotação) e "vendidos" (acreditam
na queda) para a formação do
Ptax (preço médio diário do dólar, medido pelo BC) que liquida
esses vencimentos.
Índices de inflação
Hoje sai a taxa do IPC da Fipe da
terceira quadrissemana do mês. A
estimativa do mercado é de alta
de 0,90%, devido à elevação dos
preços dos alimentos. Amanhã
será a vez do IGP-M do mês, que
tem previsão de alta de 0,90%.
Copom
A ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) será divulgada na sexta-feira.
No documento, o BC deverá apresentar as razões para a manutenção da Selic em 26,5% e a retirada
do instrumento que permite a seu
presidente elevar os juros antes da
reunião do mês seguinte.
Estados Unidos
Os balanços de grandes empresas norte-americanas devem dividir a atenção de investidores com
a agenda repleta de indicadores.
Amanhã sai o índice de confiança do consumidor deste mês. A
previsão é de elevação de 7,4 pontos percentuais. Se vier muito
abaixo disso poderá gerar repercussão negativa porque evidenciaria que o sentimento do consumidor não teria melhorado com o
desfecho do conflito no Iraque.
Na quarta-feira, o presidente do
Federal Reserve (o BC dos EUA),
Alan Greenspan, discursa a deputados. Na quinta, saem os pedidos
das fábricas de março, que têm
queda prevista de 0,20%, e, na
sexta, a taxa de desemprego do
mês -espera-se alta para 5,9%.
Pneumonia
Analistas temem que o pânico
causado pela evolução rápida da
pneumonia asiática provoque
forte reação dos mercados, com
consequências para a já fragilizada economia mundial.
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