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São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 2003

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TRABALHO

Reunião acontece na DRT em São Paulo; contratos perdidos com paralisação podem levar a corte de vagas, diz empresa

Governo negocia acordo entre GM e grevistas

ELIANE MENDONÇA
EDITORA-ASSISTENTE DA FOLHA VALE

A greve dos 10,5 mil trabalhadores da GM (General Motors) e de sua subsidiária, a GM Powertrain, em São José dos Campos, que completa sete dias, tem hoje sua primeira rodada de negociação com a intermediação do Ministério do Trabalho.
A discussão, da qual participará o secretário de Relações do Trabalho, Osvaldo Bargas, acontecerá a partir das 15h na sede da DRT (Delegacia Regional do Trabalho), em São Paulo, e promete ser dura. No final de semana, as posições de ambos os lados permaneciam irredutíveis e foram acirradas por carta enviada no sábado, pela empresa, às casas dos empregados.
Nela, a GM reafirma que "o abono [de R$ 900 a ser pago em duas parcelas] é a única solução possível neste momento". A empresa diz que, devido à greve, poderá perder contratos, o que resultaria "na perda de postos de trabalho".
Já o sindicato dos metalúrgicos pretende manter a paralisação hoje, e convocou duas assembléias na GM -uma às 5h30 e outra às 14h30. O objetivo, segundo a direção da entidade, é informar aos trabalhadores que as negociações não progrediram no final de semana e que a posição do sindicato é manter a paralisação enquanto aguarda o resultado das negociações que ocorrerão hoje à tarde.
Além da reunião na DRT, o sindicato dos metalúrgicos deverá reunir-se também com o Sinfavea (Sindicato dos Fabricantes de Veículos Automotores), a partir das 10h.
A reunião na DRT, entre Bargas, a GM e os grevistas, foi solicitada pelo ministro do Trabalho, Jaques Wagner. "O Bargas ligou na sexta-feira agendando a reunião. Ele disse que eles [o governo federal" estavam preocupados com a situação e que, como governo, a única coisa que poderiam fazer era intermediar as negociações", disse Luiz Carlos Prates, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
A greve dos metalúrgicos da GM, iniciada na terça-feira da semana passada, dia 22 deste mês, foi considerada abusiva pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho), que determinou que os funcionários voltassem ao trabalho, imediatamente, além de autorizar a empresa a descontar dos trabalhadores os dias parados.
No entanto em assembléia os trabalhadores decidiram permanecer em greve até que a empresa aceite as reivindicações. Os trabalhadores querem reajuste salarial de 10,39% relativo à inflação acumulada entre novembro do ano passado e fevereiro deste ano, além de gatilho salarial toda vez que a inflação superar 3%.


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