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TELES
Detentores de papéis da Embratel obterão menos com compra pelos mexicanos
Minoritários dizem que vão
contestar venda à Telmex
DA REPORTAGEM LOCAL
A Animec (Associação Nacional de Investidores do Mercado
de Capitais) disse que fará o que
estiver a seu alcance para evitar
que a Embratel seja vendida por
um valor inferior à maior oferta
feita pelo controle da empresa.
"Não interessa o argumento de
que uma eventual venda para o
consórcio [Calais, do qual fazem
parte as operadoras de telefonia
fixa Telefônica, Brasil Telecom e
Telemar] poderia sofrer sanções
dos [agentes] reguladores do país.
Tenho é que defender o melhor
preço para os minoritários", afirmou Waldir Corrêa, presidente
da Animec (que representa acionistas minoritários), antes mesmo da decisão da Justiça norte-americana de aprovar a venda da
Embratel para a Telmex.
Quanto menor o valor pago pela
venda da Embratel, menor também será o valor que os acionistas
minoritários, detentores de papéis ON da Embratel, receberão
quando houver a oferta de recompra pela nova controladora.
A regra do "tag-along" assegura
aos acionistas minoritários o direito de receber pelas suas ações
ordinárias o preço equivalente a,
no mínimo, 80% do valor pago ao
acionista majoritário.
Na segunda-feira, a Animec já
havia enviado uma reclamação
formal ao presidente da MCI
questionando a decisão (do mês
passado) da empresa norte-americana de aceitar a proposta de
compra do controle da Embratel
apresentada pela Telmex.
A operadora mexicana ofereceu
primeiramente US$ 360 milhões
por 51,79% do capital votante e
19,26% do capital total da Embratel Participações, contra US$ 550
milhões oferecidos pelo consórcio Calais. Após as novas propostas da Calais, com garantias adicionais, a Telmex aumentou a
oferta para US$ 400 milhões.
"Enviamos a carta porque estamos perplexos com a situação. Ou
a MCI aceita o maior valor ou então que promova um leilão, de
forma que não prejudique os minoritários. Aceitar a menor proposta é inviável", disse Corrêa.
"Sendo a proposta vencedora a
da Telmex, os acionistas minoritários detentores de papéis ON
perderão no "tag-along" cerca de
R$ 7,00 por ação", afirmou Corrêa. Para ele, "as dúvidas são muitas" em torno do negócio. "Será
que não há interferência pelo fato
de o [Carlos] Slim [empresário
proprietário da Telmex] fazer
parte do comitê de credores da
MCI?", questiona.
No entanto, se, na venda da Embratel, os acionistas ordinários
minoritários saíram prejudicados, no grande negócio anterior
envolvendo uma empresa brasileira, a união entre a AmBev e a
belga Interbrew, haviam sido os
detentores de ações preferenciais
quem registraram perdas.
Após o anúncio da transação,
cujo valor foi considerado elevado, os papéis preferenciais caíram
porque seus acionistas não teriam
direito ao "tag-along".
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