São Paulo, quarta-feira, 28 de abril de 2004

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Cláusula deixa grupo mexicano diminuir oferta

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma cláusula da revisão da proposta de compra feita pela Telmex permite à tele mexicana reduzir de US$ 400 milhões para US$ 360 milhões o valor que ela deverá pagar para assumir o controle da Embratel.
O documento foi enviado à Corte de Falências de Nova York e à SEC (Securities and Exchange Commission).
Ontem, porém, durante a sessão na corte, a Telmex disse que pagará US$ 400 milhões.
O texto da revisão estabelece que, em caso de a Corte dos Estados Unidos não aprovar a inclusão de uma multa por quebra de contrato entre a norte-americana MCI (dona da Embratel) e a Telmex, os mexicanos poderiam reduzir a sua oferta pela tele brasileira. Na semana passada, quando apresentou a revisão de sua proposta, subindo o preço inicial (justamente os US$ 360 milhões), a Telmex incluiu o termo que obrigaria a MCI a desembolsar US$ 12,2 milhões em caso de desistir do acordo já firmado entre as duas empresas.
Essa multa, no entanto, foi contestada pela Calais (o consórcio formado pelas teles Brasil Telecom, Telemar, Telefônica e pela empresa Geodex). Anteontem, a Justiça dos EUA decidiu negar a inclusão da multa, o que abriu espaço para a Telmex usar a prerrogativa de recuar a oferta a US$ 360 milhões. Procurada pela Folha, a Telmex não se pronunciou.
Ao longo das últimas semanas, os mexicanos e a Calais travam uma disputa de ofertas, embora a MCI já tivesse aprovado a proposta inicial da Telmex (de US$ 360 milhões), mesmo sendo inferior à oferecida pelo consórcio Calais (US$ 550 milhões).
No dia 19, o Calais anunciou que aumentaria de US$ 360 milhões para US$ 396 milhões o valor de sua parcela inicial (dentro dos US$ 550 milhões). Além disso, estabelecia que os US$ 396 milhões não seriam reembolsáveis. Ou seja, caso as autoridades brasileiras vetassem a venda da Embratel para o consórcio por eventuais danos à concorrência, a MCI não teria que devolvê-los ao consórcio. Dois dias depois, os mexicanos aumentaram sua proposta para US$ 400 milhões -mas com a cláusula da multa de US$ 12,2 milhões.
A Calais elevou novamente sua proposta: em vez de US$ 396 milhões, o pagamento inicial não-reembolsável seria de US$ 470 milhões.
(JOSÉ ALAN DIAS)


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