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INFLAÇÃO
Índice ficou em -0,42% com -0,77% no atacado
IGP-M volta a recuar em abril, e deflação em 12 meses chega a 0,92%
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado) registrou queda
de preços pelo segundo mês seguido. Em abril, a deflação chegou a 0,42%, a menor taxa desde
setembro do ano passado. Em
março, o indicador já havia apurado deflação de 0,23%. Segundo
a FGV (Fundação Getulio Vargas), os produtos agrícolas foram
os principais responsáveis pelo
comportamento do índice.
O resultado ficou ainda abaixo
das previsões de analistas, que esperavam uma queda de 0,3%, segundo o último relatório Focus de
mercado, feito pelo Banco Central
com instituições financeiras.
Com a desaceleração nos preços, a taxa acumulada em 12 meses do indicador usado em contratos de aluguel, de energia elétrica e de TV por assinatura registrou queda de 0,92%, o menor patamar desde o início da série, em
1981. Na prática, os contratos de
aluguel com reajuste em abril poderão ter queda de quase 1%.
"Chegou a hora de o inquilino fazer uma gentileza ao proprietário", afirmou o Coordenador de
Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, em referência às
negociações que antecedem a definição dos reajustes.
Caso o IGP-M registre uma taxa
inferior a 0,71% em maio, a taxa
acumulada em 12 meses deverá
permanecer negativa, segundo os
cálculos da FGV.
Os preços no atacado passaram
de -0,48% em março para -0,77%
em abril. O recuo nos preços de
produtos como soja (-4,09%), milho (-8,31%), mandioca (-13,62%)
e aves (-9,28%) foi o fator responsável pela maior intensidade na
queda de preços em abril. Segundo Quadros, o comportamento
foi ditado pelo período de safra de
boa parte dos produtos agrícolas.
Outros itens mostraram tendência contrária, como tomate
(48,92%) e leite "in natura"
(3,87%). A queda de 6,15% nos
preços do óleo combustível também contribuiu para a perda de
fôlego da inflação.
O ciclo da cana-de-açúcar continuou a pressionar o índice. A cana subiu 4,44% e o álcool hidratado, 5,26%. Com isso, os preços da
gasolina, que tem 20% de álcool
em sua composição, continuaram
em alta. No atacado, subiram
1,72% e no varejo, 0,66%. No ano,
o preço do combustível para o
consumidor já acumula alta de
5,19%. "A perspectiva é de desaceleração porque a safra já começou", afirmou Quadros.
Para o coordenador, não existe
espaço para uma repetição do ciclo de deflações do ano passado,
que se estendeu ao longo de cinco
meses. "Os resultados recentes
mostram uma concentração de
efeitos que não deverão se repetir.
O panorama mundial é de commodities em alta, como metais e
petróleo. Existem indicações de
produtos que estão invertendo
seu comportamento na coleta de
preços da última semana, como
soja e bovinos", disse.
Varejo
A inflação para o consumidor
registrou alta de 0,22% em abril, a
mesma taxa registrada em março.
A principal pressão partiu do grupo vestuário (0,93%), com a alta
nos preços de roupas (1,85%) e
calçados com as novas coleções
de outono/inverno. Em sentido
oposto, o grupo transportes passou de 1,22% para 0,56%.
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