São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 2006

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Chávez também vira alvo de críticas

DE BUENOS AIRES

Longe das frases de efeito do presidente Hugo Chávez, a reunião do trio formado por ele e os colegas Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner em São Paulo teve um tom de reprimenda à "espaçosa" atuação do venezuelano no continente e no Mercosul.
Kirchner e Lula pediram a Chávez moderação em declarações e gestos sobre países que mantêm problemas com o Brasil e Argentina, como Bolívia e Uruguai. Criticaram a aspiração do venezuelano em se apresentar como mediador entre os sócios do Mercosul.
O mal-estar teve ápice na semana passada, quando Chávez se reuniu com os chefes de governo de Bolívia, Paraguai e Uruguai e ouviu suas queixas sobre o Mercosul -Brasil e Argentina não foram convidados. De quebra, o venezuelano levou o chanceler cubano à cúpula no Paraguai, o que também não foi bem visto pelas chancelarias brasileira e uruguaia.
Segundo o jornal argentino "La Nación", Lula também teria pedido a Chávez que não incentive as ações do governo Evo Morales hostis a empresas brasileiras, como a Petrobras.
Em coletiva depois da reunião, o venezuelano deu mostras de ter recebido o recado: "Se alguma reserva posso ter gerado, com a reunião de hoje isso é página virada".
Chávez se apresenta como um novo ator no Mercosul num momento delicado do bloco, que passa por conflitos como a crise das papeleiras, entre Argentina e Uruguai. (FLÁVIA MARREIRO)


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