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Chávez também vira alvo de críticas
DE BUENOS AIRES
Longe das frases de efeito do
presidente Hugo Chávez, a reunião do trio formado por ele e os
colegas Luiz Inácio Lula da Silva e
Néstor Kirchner em São Paulo teve um tom de reprimenda à "espaçosa" atuação do venezuelano
no continente e no Mercosul.
Kirchner e Lula pediram a Chávez moderação em declarações e
gestos sobre países que mantêm
problemas com o Brasil e Argentina, como Bolívia e Uruguai. Criticaram a aspiração do venezuelano em se apresentar como mediador entre os sócios do Mercosul.
O mal-estar teve ápice na semana passada, quando Chávez se
reuniu com os chefes de governo
de Bolívia, Paraguai e Uruguai e
ouviu suas queixas sobre o Mercosul -Brasil e Argentina não foram convidados. De quebra, o venezuelano levou o chanceler cubano à cúpula no Paraguai, o que
também não foi bem visto pelas
chancelarias brasileira e uruguaia.
Segundo o jornal argentino "La
Nación", Lula também teria pedido a Chávez que não incentive as
ações do governo Evo Morales
hostis a empresas brasileiras, como a Petrobras.
Em coletiva depois da reunião,
o venezuelano deu mostras de ter
recebido o recado: "Se alguma reserva posso ter gerado, com a reunião de hoje isso é página virada".
Chávez se apresenta como um
novo ator no Mercosul num momento delicado do bloco, que
passa por conflitos como a crise
das papeleiras, entre Argentina e
Uruguai.
(FLÁVIA MARREIRO)
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