DA REUTERS

O aumento da oferta de açúcar e álcool no centro-sul, apesar de a safra estar atrasada, tende a manter pressionados os preços internos dos dois produtos nas próximas semanas, afirmaram corretores ontem.
A safra do centro-sul brasileiro está progredindo mais lentamente que o previsto devido à falta de equipamentos nas usinas e a rendimento industrial inicial da cana abaixo do esperado. Também há temores que chuvas no centro-sul iniciadas na quinta possam comprometer a moagem no fim de semana.
"Os preços do açúcar [no mercado interno] já apresentam certa tendência de queda. É lenta porque nem todas as usinas voltaram a moer, mas ainda há pressão de estoques da [safra] 2006/07", disse Mariana Pessini, da Esalq.
Até quarta, 97 usinas estavam em operação no centro-sul, segundo Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), onde operam quase 270 usinas.
Estimativa preliminar da Unica apontou safra no centro-sul 13% maior que a anterior, em 420 milhões de toneladas. A produção de açúcar atingiria 27,5 milhões de toneladas, quase 2 milhões a mais que em 2006/07. A saca (50 kg) de açúcar branco cor 150 era negociada no mercado interno por R$ 32-33 (com impostos), em baixa de quase 5% em abril. Há um ano, o produto saía por R$ 50, e o movimento era de alta.
"No ano passado, a situação estava muito apertada, com usinas priorizando a exportação. Este ano, os preços internacionais estão em baixa, a produção foi maior (em 2006/07), e chegou a hora de limpar os estoques", disse ela. O álcool também está sob pressão nos últimos dias, especialmente o hidratado. A demanda pelo produto também está se aquecendo, disseram analistas.


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