São Paulo, sábado, 28 de abril de 2007

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Consumo de energia cresce 8,8% no Sudeste

Altas temperaturas registradas neste mês exigiram uso de ar-condicionado

Base de comparação (abril de 2006) foi baixa devido à desaceleração da atividade econômica, diz o Operador Nacional do Sistema Elétrico


HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O consumo de energia elétrica cresceu 8,8% nas regiões Sudeste e Centro-Oeste neste mês em relação a abril de 2006. No país -excluindo a região Norte- o crescimento foi de 8,1% no mesmo período.
Segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), foram consumidos 50.425 MW (megawatts) médios neste mês. Para o órgão, o crescimento do consumo de energia nas regiões Sudeste e Centro-Oeste foi alto porque as temperaturas foram mais elevadas neste mês. Com o calor, sobe o uso de ar-condicionado, eletrodoméstico que consome muita energia.
Ainda segundo a avaliação do ONS, em abril de 2006 o consumo de energia foi mais baixo do que o previsto porque houve desaceleração da atividade econômica. Dessa forma, a base de comparação em 2006 é muito baixa.
O resultado deste mês indica aumento no ritmo de consumo de energia. Em março, o consumo foi 5,4% maior do que em março de 2006 -6,6% nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.
De acordo com estudo feito pela consultoria PSR a pedido do Instituto Acende Brasil (que reúne os principais investidores privados em energia), o crescimento da demanda por energia deverá ser de 4,8% ao ano até 2010.
De acordo com esse estudo, até 2009 o risco de o governo decretar racionamento está dentro dos limites aceitáveis -menor do que 5%. Em 2010, esse risco já seria de 8% e, em 2011, de 14%. Se houver atraso no andamento das obras de aumento de oferta, esse risco sobe para 17,5% em 2010 e para 24% em 2011.
O pior cenário retratado pelo estudo relaciona atraso nas obras a uma demanda por energia maior do que a prevista, com crescimento anual de 5,4%. Nesse caso, em 2010 o risco de o governo decretar racionamento seria de 23,5% e, em 2011, de 30%.

Reservatórios
O motivo pelo qual não há risco de racionamento de energia até 2009 é o grande volume de água armazenada nos reservatórios das usinas hidrelétricas. Na quinta-feira, as barragens das usinas das regiões Sudeste e Centro-Oeste estavam com 86,6% de sua capacidade. No Nordeste, esse percentual era de 95,2%.
O mesmo estudo da PSR, no entanto, aponta que a "poupança" de água é resultado das chuvas de dezembro e de fevereiro. Essa água irá proporcionar geração hidrelétrica para compensar a falta de gás natural das termelétricas. O uso intensivo das hidrelétricas, no entanto, fará com que os reservatórios cheguem a 2010 mais vazios do que o normal.


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