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Santander lucra R$ 559 mi no Brasil
Interessado no ABN Real, instituição espanhola tem resultado no país inferior ao do banco holandês
Ganho supera em 22% o do primeiro trimestre de 2006; América Latina já
responde por 30% do lucro mundial do banco espanhol
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Santander Banespa, quarto
maior banco privado brasileiro,
anunciou ontem lucro líquido
de R$ 559 milhões no primeiro
trimestre deste ano, resultado
22% maior do que o obtido no
mesmo período de 2006.
A América Latina como um
todo já responde por 30% do
lucro mundial do banco espanhol, que tem crescido na região com o aumento do crédito
e da distribuição de fundos de
investimento. No mundo, o
Santander teve lucro de 1,8
bilhão (US$ 2,45 bilhões) no
primeiro trimestre, 21% mais
do que no ano passado.
Somente no Brasil, onde o
Santander estuda a compra do
rival ABN Real, o banco tem
10% de seu lucro mundial.
Na quinta-feira, o ABN reportou lucro ainda maior no
país, de R$ 822 milhões -82%
superior ao obtido no primeiro
trimestre de 2006.
Questionados sobre a negociação, executivos do banco no
Brasil preferiram não se manifestar sobre o assunto.
Como no caso do ABN Real,
o aumento no lucro do Santander resulta especialmente do
crescimento na carteira de crédito que compensou a queda
dos juros médios cobrados dos
clientes.
A carteira de crédito do Santander cresceu 29% em 12 meses e atingiu R$ 37,9 bilhões ao
final de março -6% do mercado de crédito, enquanto o ABN
Real tem hoje 6,8%.
Segundo José Ferreira Paiva,
vice-presidente executivo de
negócios e marketing do Santander, um dos setores em que
o banco mais cresceu foi no
crédito consignado, que teve
aumento de 73% na comparação com o ano passado. Os financiamentos de veículos cresceram 27% e os cartões, 63%
no período.
Segundo Paiva, apesar do aumento do crédito e da conseqüente exposição ao risco, o
Santander mantém inalterado
o nível de inadimplência, na casa de 5% -o ABN, por exemplo,
tem 3,2% de inadimplência.
Para isso, o Santander utiliza
um mecanismo sofisticado de
análise de risco que leva em
conta o comportamento do
seus clientes.
"Temos estatísticas que
mostram hábitos de pagamento do cliente. Sabemos quando
o cliente vai receber o salário e
que deve cobrir seus débitos
atrasados", disse.
O Santander também destaca seu crescimento na distribuição de fundos de investimento, setor em que já figura
com 5% do mercado, ocupando
a terceira posição entre os bancos privados. "Tivemos crescimento acelerado na distribuição de novos produtos", disse
Paiva.
Se o Santander comprar o
ABN no Brasil, deve se tornar o
maior banco privado brasileiro,
com ativos de R$ 232,589 bilhões -R$ 101,262 bilhões do
Santander e R$ 131,327 do
ABN, já computando os resultados de 2007.
Nossa Caixa
Desde janeiro, mais de 1,1 milhão de servidores do governo
de São Paulo deixaram de ter
seus salários depositados no
Santander e passaram a recebê-lo pela Nossa Caixa, como
estava acertado desde a privatização do Banespa, em 2000.
Segundo Paiva, o Santander
consegue manter em média
90% do montante de recursos
desses servidores no banco.
Para reter o servidor correntista, Paiva afirma que o Santander investe no adiantamento dos salários, além de juros
menores e serviços mais baratos do que os da Nossa Caixa.
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