São Paulo, sábado, 28 de abril de 2007

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Santander lucra R$ 559 mi no Brasil

Interessado no ABN Real, instituição espanhola tem resultado no país inferior ao do banco holandês

Ganho supera em 22% o do primeiro trimestre de 2006; América Latina já responde por 30% do lucro mundial do banco espanhol


TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Santander Banespa, quarto maior banco privado brasileiro, anunciou ontem lucro líquido de R$ 559 milhões no primeiro trimestre deste ano, resultado 22% maior do que o obtido no mesmo período de 2006.
A América Latina como um todo já responde por 30% do lucro mundial do banco espanhol, que tem crescido na região com o aumento do crédito e da distribuição de fundos de investimento. No mundo, o Santander teve lucro de 1,8 bilhão (US$ 2,45 bilhões) no primeiro trimestre, 21% mais do que no ano passado.
Somente no Brasil, onde o Santander estuda a compra do rival ABN Real, o banco tem 10% de seu lucro mundial.
Na quinta-feira, o ABN reportou lucro ainda maior no país, de R$ 822 milhões -82% superior ao obtido no primeiro trimestre de 2006.
Questionados sobre a negociação, executivos do banco no Brasil preferiram não se manifestar sobre o assunto.
Como no caso do ABN Real, o aumento no lucro do Santander resulta especialmente do crescimento na carteira de crédito que compensou a queda dos juros médios cobrados dos clientes.
A carteira de crédito do Santander cresceu 29% em 12 meses e atingiu R$ 37,9 bilhões ao final de março -6% do mercado de crédito, enquanto o ABN Real tem hoje 6,8%.
Segundo José Ferreira Paiva, vice-presidente executivo de negócios e marketing do Santander, um dos setores em que o banco mais cresceu foi no crédito consignado, que teve aumento de 73% na comparação com o ano passado. Os financiamentos de veículos cresceram 27% e os cartões, 63% no período.
Segundo Paiva, apesar do aumento do crédito e da conseqüente exposição ao risco, o Santander mantém inalterado o nível de inadimplência, na casa de 5% -o ABN, por exemplo, tem 3,2% de inadimplência.
Para isso, o Santander utiliza um mecanismo sofisticado de análise de risco que leva em conta o comportamento do seus clientes.
"Temos estatísticas que mostram hábitos de pagamento do cliente. Sabemos quando o cliente vai receber o salário e que deve cobrir seus débitos atrasados", disse.
O Santander também destaca seu crescimento na distribuição de fundos de investimento, setor em que já figura com 5% do mercado, ocupando a terceira posição entre os bancos privados. "Tivemos crescimento acelerado na distribuição de novos produtos", disse Paiva.
Se o Santander comprar o ABN no Brasil, deve se tornar o maior banco privado brasileiro, com ativos de R$ 232,589 bilhões -R$ 101,262 bilhões do Santander e R$ 131,327 do ABN, já computando os resultados de 2007.

Nossa Caixa
Desde janeiro, mais de 1,1 milhão de servidores do governo de São Paulo deixaram de ter seus salários depositados no Santander e passaram a recebê-lo pela Nossa Caixa, como estava acertado desde a privatização do Banespa, em 2000.
Segundo Paiva, o Santander consegue manter em média 90% do montante de recursos desses servidores no banco.
Para reter o servidor correntista, Paiva afirma que o Santander investe no adiantamento dos salários, além de juros menores e serviços mais baratos do que os da Nossa Caixa.


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