São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 2008

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Mercado de ações tende a se ampliar via celular

Corretoras agora investem em tecnologia móvel

DENISE MENCHEN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO

O carioca Pedro Kerouac Lacerda de Paula, 25, passa o dia inteiro na rua. De dia, cruza a cidade para visitar os pontos de venda da companhia telefônica para a qual trabalha. À noite, vai para a universidade. Apesar da distância do computador, negocia em média R$ 10 mil por mês na Bolsa de Valores. "Faço quase tudo pelo celular", diz.
Lacerda de Paula foi um dos primeiros a utilizar o "mobile broker" no país. A ferramenta, que permite ao investidor operar na Bolsa pelo aparelho celular e dispensa ligações telefônicas, foi lançado quase simultaneamente pela Ativa e pela Itaú Corretora, na primeira quinzena de fevereiro. Segundo empresas de tecnologia consultadas pela Folha, pelo menos 25 bancos e corretoras estudam oferecer serviço semelhante.
"O home broker já está se tornando uma commodity", diz o gerente operacional de home broker da Ativa, Jansen Costa. Em março, registrou novo recorde de participação no número de negócios da Bovespa, com 31,24%, e respondeu por 11,22% do volume financeiro.
Em dois meses, o Ativa Mobile, desenvolvido pela empresa Cell Broker, teve a adesão de 115 clientes, que fizeram 195 operações, num total de R$ 3 milhões. Segundo Costa, isso não representa nem 1% do total negociado pela corretora no período, mas a perspectiva é de crescimento. Ele diz que, no início, a maior parte dos negócios ocorria no mercado fracionário. À medida que os clientes ganharam confiança no sistema, o volume aumentou.
Na Itaú Corretora, o número de investidores que usam o Itaú Mobile Broker já chega a 405. Desde o lançamento do produto, com tecnologia da CMA, foram feitas 2.000 transações, no valor de R$ 5,5 milhões. "A solução caiu como uma luva para quem não pode ficar o tempo inteiro na frente do computador", diz o diretor Roberto Nishikawa.
Apesar de usarem tecnologias diferentes, os sistemas das duas corretoras guardam semelhanças. Em ambos, é possível acompanhar a posição da carteira e as cotações dos ativos, além de emitir e cancelar ordens de compra e venda de ações. Para ter acesso ao serviço, o investidor precisa efetuar um cadastro e ter aparelho celular compatível. O acesso à internet é fundamental. O Itaú exige suporte a HTML simplificado, e a Ativa, suporte a Java.
Os custos também variam. A corretora do Itaú não cobra a mais pelo serviço. Na Ativa, a gratuidade é apenas para quem tem um custo de corretagem superior a R$ 500 mensais. Os demais pagam uma mensalidade de R$ 30. As ordens de compra e venda também são mais caras do que no home broker -saem por R$ 16,50, contra R$ 15 no sistema convencional. Dependendo do plano e da operadora de celular, o cliente paga pelo tráfego de dados.


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