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Mercado de ações tende a se ampliar via celular
Corretoras agora investem em tecnologia móvel
DENISE MENCHEN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
O carioca Pedro Kerouac Lacerda de Paula, 25, passa o dia
inteiro na rua. De dia, cruza a
cidade para visitar os pontos de
venda da companhia telefônica
para a qual trabalha. À noite,
vai para a universidade. Apesar
da distância do computador,
negocia em média R$ 10 mil por
mês na Bolsa de Valores. "Faço
quase tudo pelo celular", diz.
Lacerda de Paula foi um dos
primeiros a utilizar o "mobile
broker" no país. A ferramenta,
que permite ao investidor operar na Bolsa pelo aparelho celular e dispensa ligações telefônicas, foi lançado quase simultaneamente pela Ativa e pela Itaú
Corretora, na primeira quinzena de fevereiro. Segundo empresas de tecnologia consultadas pela Folha, pelo menos 25
bancos e corretoras estudam
oferecer serviço semelhante.
"O home broker já está se
tornando uma commodity", diz
o gerente operacional de home
broker da Ativa, Jansen Costa.
Em março, registrou novo recorde de participação no número de negócios da Bovespa,
com 31,24%, e respondeu por
11,22% do volume financeiro.
Em dois meses, o Ativa Mobile, desenvolvido pela empresa Cell Broker, teve a adesão de
115 clientes, que fizeram 195
operações, num total de R$ 3
milhões. Segundo Costa, isso
não representa nem 1% do total negociado pela corretora no
período, mas a perspectiva é de
crescimento. Ele diz que, no
início, a maior parte dos negócios ocorria no mercado fracionário. À medida que os clientes
ganharam confiança no sistema, o volume aumentou.
Na Itaú Corretora, o número
de investidores que usam o
Itaú Mobile Broker já chega a
405. Desde o lançamento do
produto, com tecnologia da
CMA, foram feitas 2.000 transações, no valor de R$ 5,5 milhões. "A solução caiu como
uma luva para quem não pode
ficar o tempo inteiro na frente
do computador", diz o diretor
Roberto Nishikawa.
Apesar de usarem tecnologias diferentes, os sistemas das
duas corretoras guardam semelhanças. Em ambos, é possível acompanhar a posição da
carteira e as cotações dos ativos, além de emitir e cancelar
ordens de compra e venda de
ações. Para ter acesso ao serviço, o investidor precisa efetuar
um cadastro e ter aparelho celular compatível. O acesso à internet é fundamental. O Itaú
exige suporte a HTML simplificado, e a Ativa, suporte a Java.
Os custos também variam. A
corretora do Itaú não cobra a
mais pelo serviço. Na Ativa, a
gratuidade é apenas para quem
tem um custo de corretagem
superior a R$ 500 mensais. Os
demais pagam uma mensalidade de R$ 30. As ordens de compra e venda também são mais
caras do que no home broker
-saem por R$ 16,50, contra R$
15 no sistema convencional.
Dependendo do plano e da
operadora de celular, o cliente
paga pelo tráfego de dados.
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