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Investidores aguardam decisão sobre juros nos EUA
Dados sobre a inflação no Brasil também estão no foco
DA REPORTAGEM LOCAL
A semana será muito agitada,
especialmente devido à agenda
norte-americana, que traz como ponto mais relevante a decisão do Banco Central dos Estados Unidos sobre a taxa básica de juros no país.
O Fed (o BC americano) vai
anunciar na quarta-feira como
ficam os juros básicos no país. A
expectativa predominante é
que a taxa seja reduzida de
2,25% para 2% anuais.
Para o mercado brasileiro, a
ratificação dessa expectativa
tende a favorecer a queda ainda
mais acentuada do dólar. Como
os juros no Brasil estão em alta
-a taxa Selic foi elevada de
11,25% para 11,75% ao ano-, a
diminuição das taxas oferecidas nos EUA estimula investidores internacionais a saírem
de aplicações por lá e migrarem
para o mercado local.
Esse tipo de movimento eleva a oferta de dólares e reforça a
queda da cotação da moeda
norte-americana. O dólar encerrou a sexta-feira vendido a
R$ 1,667, com depreciação de
6,19% no ano.
Na quarta-feira também haverá a apresentação da prévia
do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA do primeiro trimestre do ano. O dado é importante por apontar como anda a
maior economia do mundo.
"Após uma semana de poucos indicadores e muita volatilidade na Bolsa brasileira, decorrente das fortes variações
nas commodities e resultado
ruim da Vale, a próxima [esta]
semana deve começar com volume baixo e muita expectativa
em cima dos importantes indicadores americanos que saem a
partir de quarta-feira", afirma
Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos. "Dentre os indicadores, há o PIB do
primeiro trimestre americano
e a decisão do Fomc sobre a taxa de juros", afirma.
Na quinta-feira, enquanto o
mercado brasileiro estiver fechado devido ao feriado pelo
Dia do Trabalho, será divulgado
nos Estados Unidos o PCE (índice inflacionário que acompanha os gastos dos consumidores). O dado é bem relevante
por ser acompanhado de perto
pelo Fed.
A agenda de indicadores
americana ainda trará dados do
mercado de trabalho no país,
na sexta-feira.
Inflação e juros
A divulgação do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) deste mês, pela FGV (Fundação Getulio Vargas), amanhã, deve ter impacto relevante
sobre o mercado financeiro nacional. A expectativa é que o índice fique em 0,47%.
Após o Copom (Comitê de
Política Monetária, formado
por diretores e o presidente do
BC) decidir retomar o processo
de alta da taxa Selic em sua reunião deste mês, devido a pressões inflacionárias, analistas e
investidores estão ainda mais
atentos a cada dado de inflação.
Isso porque qualquer nova
pressão sobre os preços pode
significar a continuidade (ou
mesmo o aprofundamento) da
política de juros mais altos para
conter a inflação.
Na semana passada, foi conhecido o IPCA-15, que apontou alta de 0,59% no mês, contra 0,23% registrado em março.
Esse índice serve como uma
prévia do IPCA -índice de preço utilizado pelo BC para monitorar a meta oficial de inflação.
E se há pressões inflacionárias fortes e persistentes, o Copom pode manter por mais
tempo o processo de alta da taxa Selic.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os juros têm
subido, com os investidores antevendo uma taxa Selic mais alta que a atual.
No contrato DI (Depósito Interfinanceiro) que vence em 20
meses, a taxa subiu de 13,26%
no começo do mês para 13,68%
na sexta-feira passada.
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