São Paulo, segunda-feira, 28 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Investidores aguardam decisão sobre juros nos EUA

Dados sobre a inflação no Brasil também estão no foco

DA REPORTAGEM LOCAL

A semana será muito agitada, especialmente devido à agenda norte-americana, que traz como ponto mais relevante a decisão do Banco Central dos Estados Unidos sobre a taxa básica de juros no país.
O Fed (o BC americano) vai anunciar na quarta-feira como ficam os juros básicos no país. A expectativa predominante é que a taxa seja reduzida de 2,25% para 2% anuais.
Para o mercado brasileiro, a ratificação dessa expectativa tende a favorecer a queda ainda mais acentuada do dólar. Como os juros no Brasil estão em alta -a taxa Selic foi elevada de 11,25% para 11,75% ao ano-, a diminuição das taxas oferecidas nos EUA estimula investidores internacionais a saírem de aplicações por lá e migrarem para o mercado local.
Esse tipo de movimento eleva a oferta de dólares e reforça a queda da cotação da moeda norte-americana. O dólar encerrou a sexta-feira vendido a R$ 1,667, com depreciação de 6,19% no ano.
Na quarta-feira também haverá a apresentação da prévia do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA do primeiro trimestre do ano. O dado é importante por apontar como anda a maior economia do mundo.
"Após uma semana de poucos indicadores e muita volatilidade na Bolsa brasileira, decorrente das fortes variações nas commodities e resultado ruim da Vale, a próxima [esta] semana deve começar com volume baixo e muita expectativa em cima dos importantes indicadores americanos que saem a partir de quarta-feira", afirma Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos. "Dentre os indicadores, há o PIB do primeiro trimestre americano e a decisão do Fomc sobre a taxa de juros", afirma.
Na quinta-feira, enquanto o mercado brasileiro estiver fechado devido ao feriado pelo Dia do Trabalho, será divulgado nos Estados Unidos o PCE (índice inflacionário que acompanha os gastos dos consumidores). O dado é bem relevante por ser acompanhado de perto pelo Fed.
A agenda de indicadores americana ainda trará dados do mercado de trabalho no país, na sexta-feira.

Inflação e juros
A divulgação do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) deste mês, pela FGV (Fundação Getulio Vargas), amanhã, deve ter impacto relevante sobre o mercado financeiro nacional. A expectativa é que o índice fique em 0,47%.
Após o Copom (Comitê de Política Monetária, formado por diretores e o presidente do BC) decidir retomar o processo de alta da taxa Selic em sua reunião deste mês, devido a pressões inflacionárias, analistas e investidores estão ainda mais atentos a cada dado de inflação.
Isso porque qualquer nova pressão sobre os preços pode significar a continuidade (ou mesmo o aprofundamento) da política de juros mais altos para conter a inflação.
Na semana passada, foi conhecido o IPCA-15, que apontou alta de 0,59% no mês, contra 0,23% registrado em março. Esse índice serve como uma prévia do IPCA -índice de preço utilizado pelo BC para monitorar a meta oficial de inflação.
E se há pressões inflacionárias fortes e persistentes, o Copom pode manter por mais tempo o processo de alta da taxa Selic.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os juros têm subido, com os investidores antevendo uma taxa Selic mais alta que a atual.
No contrato DI (Depósito Interfinanceiro) que vence em 20 meses, a taxa subiu de 13,26% no começo do mês para 13,68% na sexta-feira passada.


Texto Anterior: Mercado de ações tende a se ampliar via celular
Próximo Texto: Dicas Folhainvest
Apesar de prejuízo, ações da Vale continuam na carteira

Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.