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Centro da inflação medida pelo IPCA indica 4%
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A inflação acumulada deste ano
deverá ser de apenas 4%. Essa é a
taxa estimada para a mediana do
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado), uma tentativa
do economista Ricardo Braule
Pinto de retirar do índice os efeitos das altas temporárias de alguns preços.
"A tendência da mediana é claramente declinante e, mais importante, a taxa mensal voltou ao
intervalo de variação anterior à
desvalorização do real: entre 0% e
0,5%", diz o economista.
Segundo Braule, esse índice derivado do IPCA mostrou uma
média mensal de 0,25% entre janeiro e março. "O "core inflation"
(núcleo da inflação) dos EUA foi
de 0,4% em março, o maior índice
dos últimos cinco anos", lembra.
A mediana é uma medida que
reflete o valor central de um conjunto de dados. Por exemplo, se
um índice tem variações de preços de 1%, 3%, 5%, 7% e 99%, a
mediana é 5%. A média seria 23%.
Braule retira do índice, porém,
os preços administrados pelo governo (tarifas públicas, combustíveis) e os contratos com prazo superior a um ano (aluguéis, mensalidades escolares, planos de saúde). "Esses preços ficam sem reajustes por muito tempo. Ou seja,
na maior parte dos meses, a série
teria uma grande quantidade de
zeros (preços sem variação), prejudicando a avaliação", diz.
O BC já recebe os dados do economista, que faz parte do conselho consultivo dos índices do IBGE. Esse conselho é formado por
economistas de fora do governo e
tem a missão de "vigiar" o IPCA
para que ele não sofra modificações sem aviso prévio.
A primeira apresentação oficial
dos dados para o governo será feita, porém, em um seminário sobre metas inflacionárias que o BC
vai promover no início de julho.
Braule explica que a mediana do
IPCA é um importante indicador
para a política monetária do governo porque informa quando há
aumento de preços em um grande número de mercados. "Ela informa uma alta de preços generalizada e contínua, a definição clássica de inflação."
(SM)
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