São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002

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TELEFONIA

Cresce oferta de programas de computador que escolhem para o consumidor a ligação de longa distância mais em conta

Programa indica DDI e DDD mais baratos

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

As novas concessões que operadoras como a Telefônica e a CTBC conseguiram para fazer ligações de longa distância nacional ou internacional prometem agitar esse tipo de mercado, que movimenta cerca de R$ 15 bilhões ao ano.
Empresas como a Easytec estão lançando equipamentos que identificam imediatamente a tarifa mais barata para fazer uma ligação de longa distância em determinado horário. O recurso permite uma redução de até 50% nos custos dos usuários.
Atualmente, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) mantém em seu site informações comparativas dos preços das ligações das operadoras, mas a consulta exige a navegação na internet. O que não facilita a vida do usuário.
"Com os novos sistemas de identificação automática de tarifas, o consumidor sairá muito beneficiado. E isso vai dar dor de cabeça às operadoras", afirmou ontem Virgílio Freire, consultor-chefe da consultoria de telecomunicações Brisa.
O especialista teme até mesmo uma concorrência predatória entre as operadoras para conquistar clientes. O que poderia levar à falência de algumas empresas do setor. "Isso prejudica o mercado. Nos Estados Unidos, as operadoras têm contratos de exclusividade de 60 dias com usuários. Após esse prazo, os consumidores podem optar por outra operadora, mais barata", disse Freire.

Atualização diária
O sistema de identificação das tarifas mais baratas da Easytec, batizado de Diskomplic, é destinado sobretudo às empresas, que fazem mais ligações de longa distância nacional ou internacional.
O preço do pacote do sistema varia de cerca de R$ 80 a R$ 300, conforme o número de linhas ligadas pelo PABX. "Criamos um software e um hardware que, acoplados a um computador de mesa, identificam imediatamente o preço mais barato para uma ligação. A atualização dos preços é feita diariamente pela internet", disse Sergio Aranha, presidente da empresa.
O ideal é que a empresa que usar o sistema se filie a programas de operadoras que barateiam as ligações, como o Sempre 21, da Embratel. Esses pacotes não exigem fidelidade, mas tornam o serviço mais barato conforme o uso seja maior. "O que permite que o nosso sistema amplie o universo de tarifas mais baratas".

Boom de PABXs
A chegada dos sistemas de identificação das tarifas mais baratas coincide com o atual boom de venda de PABXs no Brasil. Segundo a Intelbras, principal fabricante de PABXs, a expansão nas vendas no ano passado foi de 20% e deve se repetir em 2002. "Com a queda no valor das linhas telefônicas, as pequenas empresas têm condições de comprar PABXs. Muitos deles trazem embutidas ferramentas que reduzem também os gastos com telecomunicações", disse Cláudio Vieira, gerente de marketing da Intelbras.
A empresa vende atualmente equipamentos como o Modulare-i, que permite descobrir a tarifa mais barata. O sistema exige, no entanto, que o consumidor faça o cadastramento das tabelas das operadoras. Com elas, opta por apenas uma das operadoras. O que não é o ideal, pois existem muitas variações de preços conforme os horários.
O PABX é um dos poucos equipamentos de telecomunicações que estão em alta no mercado. Eles movimentam cerca de R$ 115 milhões ao ano e tendem a manter o ritmo de crescimento de 20% por ano.
Outros equipamentos de telecomunicações, no entanto, estão em baixa devido ao pouco investimento em expansão de redes das operadoras atualmente.
Segundo a Abinee (associação das indústrias de produtos eletroeletrônicos), no primeiro trimestre deste ano houve uma queda de 39% no faturamento do setor em relação ao mesmo período de 2001.



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