São Paulo, terça-feira, 28 de maio de 2002

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Participação dos EUA deve registrar queda

DA REDAÇÃO

Os produtores norte-americanos de soja vivem uma realidade artificial. Apesar de garantir renda aos produtores, os subsídios dados pelo governo distorcem o mercado e retiram toda a competitividade do setor. O dinheiro farto do governo garante a produção, já que o governo encara o crédito como segurança alimentar.
Os subsídios, no entanto, elevam o preço da terra, tornam a produção mais cara e, aos poucos, vão retirar o produtor norte-americano do mercado internacional. Isso só não ocorrerá se o governo continuar injetando dinheiro cada vez mais no setor.
E as decisões mais recentes do governo já mostram a redução de oferta de crédito para o sojicultor, segundo Fernando Muraro. Ao contrário do que ocorreu em 1996, quando a soja foi beneficiada no plano de distribuição de subsídios, neste ano a "farm bill" privilegia os produtores de milho.
Muraro diz que os produtores que optarem pelo milho vão ter ganho de pelo menos 7% por hectare em relação aos que plantarem soja. Ele acredita que os produtores dos EUA vão se dedicar cada vez mais ao milho.
Além de subsídios maiores, o milho também terá maior demanda nos próximos anos nos Estado Unidos. O fim do uso do MTBE -um combustível cancerígeno- na gasolina, já anunciado em alguns Estados norte-americanos, deverá impulsionar em 14% a produção de milho. Neste ano, os EUA deverão produzir 8,3 bilhões de litros de álcool, quase todo proveniente do milho.
A curto prazo, os EUA enfrentam grandes problemas devido à sua política protecionista. A China, maior importador individual mundial de soja, não quer soja transgênica e ameaça colocar uma taxa de importação de 24% sobre o óleo de soja norte-americano devido às barreiras impostas ao aço chinês pelos EUA. (MZ)


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