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São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2003

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GASOLINA

Sindicato culpa distribuidoras

Posto protesta contra acusação de "malandro"

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de São Paulo) reuniu ontem em sua sede cerca de 20 donos de postos de gasolina para protestar contra as afirmações feitas na segunda-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que sugeriu que os revendedores do combustível são "malandros".
Lula deu a declaração ao reclamar da demora, principalmente na região Sudeste, para que a redução no preço da gasolina -de 6,5% nas refinarias desde o início do mês, de acordo com a Petrobras- chegue ao consumidor.
Os revendedores presentes ao sindicato levaram notas fiscais do preço que pagavam às distribuidoras antes da redução e o valor que pagam hoje pelo litro da gasolina. "Nenhum dono de posto de gasolina recebeu das distribuidoras redução de mais de 4,5%", afirmou José Alberto Gouveia, presidente do Sincopetro.
Segundo o sindicato, o setor é bode expiatório de uma situação em que as grandes culpadas seriam as distribuidoras e até a Petrobras. "O reajuste concedido pela estatal foi de 5,83% nas refinarias", afirmou Gouveia, que declarou estar magoado com as afirmações do presidente. "Malandro tem em qualquer lugar, não se pode generalizar e classificar dessa forma toda uma categoria."
Até agora, a redução do preço ao consumidor em maio foi de apenas 3,5% em relação a abril, segundo dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo). O preço médio cobrado neste mês até agora é de R$ 2,12 no país, ante uma média de R$ 2,19 no mês passado.
O sindicato solicitou ontem uma audiência ao presidente Lula para "explicitar o que efetivamente ocorre no setor". "Vamos também pedir a reabertura de uma ação na Secretaria de Direito Econômico pedindo mais transparência por parte das distribuidoras. Quando é para subir, elas aumentam o preço no mesmo dia. Quando o repasse é para baixo demora muito mais", disse.
O Sindicom (sindicato das distribuidoras de combustíveis) afirmou que a redução não foi maior porque o preço do álcool, que é 20% da gasolina, permaneceu inalterado.


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