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GASOLINA
Sindicato culpa distribuidoras
Posto protesta contra acusação de "malandro"
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de
Petróleo de São Paulo) reuniu ontem em sua sede cerca de 20 donos de postos de gasolina para
protestar contra as afirmações feitas na segunda-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
que sugeriu que os revendedores
do combustível são "malandros".
Lula deu a declaração ao reclamar da demora, principalmente
na região Sudeste, para que a redução no preço da gasolina -de
6,5% nas refinarias desde o início
do mês, de acordo com a Petrobras- chegue ao consumidor.
Os revendedores presentes ao
sindicato levaram notas fiscais do
preço que pagavam às distribuidoras antes da redução e o valor
que pagam hoje pelo litro da gasolina. "Nenhum dono de posto
de gasolina recebeu das distribuidoras redução de mais de 4,5%",
afirmou José Alberto Gouveia,
presidente do Sincopetro.
Segundo o sindicato, o setor é
bode expiatório de uma situação
em que as grandes culpadas seriam as distribuidoras e até a Petrobras. "O reajuste concedido
pela estatal foi de 5,83% nas refinarias", afirmou Gouveia, que declarou estar magoado com as afirmações do presidente. "Malandro
tem em qualquer lugar, não se pode generalizar e classificar dessa
forma toda uma categoria."
Até agora, a redução do preço
ao consumidor em maio foi de
apenas 3,5% em relação a abril,
segundo dados da ANP (Agência
Nacional de Petróleo). O preço
médio cobrado neste mês até agora é de R$ 2,12 no país, ante uma
média de R$ 2,19 no mês passado.
O sindicato solicitou ontem
uma audiência ao presidente Lula
para "explicitar o que efetivamente ocorre no setor". "Vamos também pedir a reabertura de uma
ação na Secretaria de Direito Econômico pedindo mais transparência por parte das distribuidoras. Quando é para subir, elas aumentam o preço no mesmo dia.
Quando o repasse é para baixo
demora muito mais", disse.
O Sindicom (sindicato das distribuidoras de combustíveis) afirmou que a redução não foi maior
porque o preço do álcool, que é
20% da gasolina, permaneceu
inalterado.
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