São Paulo, sexta-feira, 28 de maio de 2004 |
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ESPETÁCULO DA DESCONSTRUÇÃO Desempenho negativo do primeiro trimestre compromete os planos do setor para este ano Construção reverá meta de crescimento
CLAUDIA ROLLI DA REPORTAGEM LOCAL A retração de 2,3% no PIB da construção civil no primeiro trimestre em relação a igual período de 2003 surpreendeu representantes do setor e levará os empresários a rever suas previsões de crescimento para 2004. O Sinduscon-SP (Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado de São Paulo) informou que esperava crescimento de 0,5% no período. "O resultado divulgado mostra que a retomada da economia não passou nem perto na construção civil. O espetáculo do crescimento ainda não começou no nosso setor", afirma Eduardo Zaidan, vice-presidente do Sinduscon-SP. "A queda compromete nossa previsão de que o setor cresceria 4,5%", diz. A retração de investimentos e a renda em baixa foram os dois fatores determinantes para a queda de 8,9% no PIB da construção civil nos últimos 12 meses, segundo Zaidan. "Não há renda nas famílias para comprar, reformar, construir. Os investimentos do comércio e das empresas também não ocorrem. O governo anuncia recursos, mas há uma diferença entre o anúncio e a geração de obras." Para o Secovi-SP (sindicato de construtoras e imobiliárias), o resultado negativo do primeiro trimestre também foi influenciado pela política fiscal do governo. "A rígida política fiscal impede que haja investimentos em infra-estrutura, habitação e saneamento", diz Cláudio Bernardes, vice-presidente da entidade. O Secovi-SP previa crescimento do setor de 2,5% a 3% para este ano, mas informa que também vai rever suas contas. Os empresários avaliam ainda que o aumento da carga tributária também teve impacto no desempenho negativo do setor. A alíquota do PIS havia subido de 0,65% para 1,65% em 2003. Em fevereiro deste ano, a da Cofins subiu de 3% para 7,6%. Mas, em abril, o governo decidiu conceder a alguns setores -entre eles o da construção- o benefício de permanecer no sistema antigo, com alíquota total de 3,65% até o final de 2006. A construção civil responde por cerca de 6,5% do PIB -sem contar serviços envolvidos e o segmento de materiais de construção- e emprega cerca de 4 milhões de trabalhadores. Texto Anterior: "Quadro é bom diante de 2003" Próximo Texto: Indústria credita alta à exportação Índice |
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