São Paulo, domingo, 28 de maio de 2006

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outro lado

Daslu nega crise e queda no faturamento

Loja diz que cresceu número de espaços alugados, mas admite que renegocia prazo de pagamentos e que parou de importar

Tuca Vieira - 19.dez.05/Folha Imagem
Eliana Tranchesi, dona da loja de luxo Daslu, deixa prédio do Fórum de Guarulhos após interrogatório realizado no ano passado


DA REPORTAGEM LOCAL

Raul Rosenthal, consultor da Daslu, afirma que a butique não enfrenta crise devido à saída de lojistas de seu centro comercial nem queda de faturamento. "Ao contrário, a Daslu tinha 72 espaços alugados há um ano. Hoje tem 78. O faturamento da empresa neste ano é 15% maior do que o do ano passado."
Responsável pela reestruturação da Parmalat no Brasil, Rosenthal admite que a Daslu parou de importar. Vende hoje mais produtos nacionais com a a marca Daslu e poucos importados que ainda restam nos seus estoques.
Afirma ainda que a loja conseguiu ampliar em 65 dias o prazo de pagamento de suas dívidas com fornecedores. "Achamos que a Daslu precisava dessa renegociação, o que é uma opção normal adotada por qualquer tipo de empresa."
Alguns lojistas, segundo informa, redimensionaram seus espaços, mas continuam no centro comercial Daslu. "A Brooksfield Jr. saiu, mas a Salvatore Ferragamo, do mesmo grupo, continua lá. A Brooksfield Jr. saiu porque os clientes davam preferência para a linha "teen" da Daslu. O fato é que existe uma lista de grifes se preparando para entrar, como a Ricardo Almeida, a grife do presidente", afirma.
Rosenthal informa que a Daslu negocia a vinda para o Brasil de 13 marcas internacionais e que outras 28 marcas nacionais estão interessadas em ter pontos comerciais na megaloja. "Não queremos segurar ninguém que não queira ficar. O que importa é ter um "mix" de lojas dentro daquele espaço. Não faz sentido, por exemplo, ter cinco livrarias."
Os espaços reservados para as marcas estrangeiras trazidas pela Daslu, como Gucci e Prada, "estão, de fato, vazios, mas a Vila Daslu está cheia de importados trazidos por nossos parceiros, que fazem importação, como Dior e Louis Vuitton", diz o consultor. "Não estamos importando mais nada porque queremos resolver todos os problemas. Estamos absolutamente tranqüilos. Os tributos estão sendo regularmente recolhidos", afirma.
Rosenthal diz ainda que a nova legislação da Receita Federal permite que empresas utilizem tradings para importar produtos por encomenda. "Estamos nos preparando para isso. Queremos transparência total em todas as nossas operações", diz.
As vendas de importados pela Daslu, informa Rosenthal, "caíram mesmo, acho que cerca de 50%, mas isso porque não temos esses produtos". Diz ainda que "o estoque desse tipo de mercadoria está acabando". De janeiro a maio deste ano, ressalta, o faturamento da Daslu subiu 15% sobre o de igual período de 2005 -quando a loja não estava no novo endereço.
A Daslu vai manter seus planos de abrir uma loja no próximo ano em Nova York para comercializar a marca. "Vamos atacar o mercado norte-americano", diz o consultor.
A Daslu espera exportar neste ano US$ 8 milhões -em 2005, as vendas ao mercado externo foram de US$ 3,5 milhões. (FF e CR)


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