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Receita Federal prepara nova ação para apurar problemas em impostos
DA REPORTAGEM LOCAL
A Receita Federal prepara
mais uma ação fiscal contra a
maior loja de luxo do país, segundo a Folha apurou.
No processo criminal em
curso na Justiça Federal de
Guarulhos, a ação fiscal da Receita envolve a cobrança de tributos devidos em importações
irregulares feitas pela loja e por
tradings que traziam produtos
para a Daslu. Nessa nova ação
fiscal, a Receita teria detectado
problemas no Imposto de Renda declarado ao fisco.
O Ministério Público Federal
informou que "não há nem sequer livros contábeis compatíveis com as operações da loja".
A Folha apurou que a renda informada pela Daslu em suas
declarações de Imposto de
Renda não seria compatível
com a movimentação da loja.
O MPF informou que a loja
entregou sete livros contábeis
referentes a operações feitas de
2000 a 2005, quando deveriam
ser 30, seis a cada ano.
Em dezembro de 2005, a
Justiça Federal de Guarulhos
aceitou a denúncia do MPF
contra a proprietária da Daslu,
Eliana Tranchesi, seu irmão
Antonio Carlos Piva de Albuquerque, diretor financeiro da
butique, e os donos de quatro
importadoras. Eles respondem
a processo criminal, que já reúne 14 volumes e cerca de 4.000
páginas. São acusados de crimes de fraudes na importação
da loja, formação de quadrilha
e falsidade ideológica.
A pedido da defesa da Daslu,
a Justiça de Guarulhos começou a ouvir novamente todas as
testemunhas de acusação. A
defesa alegou ter sido prejudicada pelo fato de Piva de Albuquerque não estar presente nos
primeiros depoimentos das
testemunhas.
Há duas semanas, os depoimentos foram remarcados para o final deste mês.
Na semana passada, a Daslu
voltou a ser alvo de novas denúncias. A Justiça Federal de
Santa Catarina determinou o
perdimento, em abril, de uma
carga de mercadorias importadas de forma irregular pela empresa Columbia Trading para a
loja paulistana. A carga foi avaliada em R$ 1,7 milhão.
Documentação da Receita
mostra que a intenção era ocultar a "real importadora" dos
produtos, a loja Daslu. A Columbia nega irregularidades e
recorre da decisão.
O procurador Roger Fabre,
do MPF em Itajaí, informou
que está analisando o caso e,
em duas semanas, deverá decidir se oferece denúncia contra
a loja à Justiça ou se pede a
abertura de mais um inquérito
policial para que Polícia Federal e Receita investiguem, juntamente com o Ministério Público, se houve mesmo irregularidade na importação.
(CR e FF)
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