São Paulo, domingo, 28 de maio de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para grifes, vendas estão abaixo do esperado e estrutura é grande demais

DA REPORTAGEM LOCAL

Grifes francesas consultadas pela Folha informam que as vendas não atingiram a expectativa no centro comercial da Daslu. Afirmam ainda que, por enquanto, não romperam contrato com Eliana Tranchesi, mas que lojistas estão se reunindo para discutir o que pode ser feito para atrair mais clientes ao local.
Parte dos lojistas afirma que as vendas na "Vila Daslu" podem estar abaixo das expectativas porque o prédio foi superdimensionado.
Outros lojistas optaram por reduzir seus espaços na Daslu, caso da Best Mix, revenda de produtos eletroeletrônicos, que investiu R$ 200 mil para se instalar no prédio. A loja, que ocupava 200 m2, agora está numa área de 50 m2 para venda exclusiva de TVs de plasma, segundo informa a rede de lojas.
"As vendas estão abaixo das expectativas. É claro que houve impacto à loja [das denúncias de importações irregulares]. Mas um shopping não "pega" antes de dois anos", diz Fernando Droghetti, proprietário da Jacaré do Brasil, loja de móveis brasileiros. Ele diz que, mesmo com vendas fracas, não pensa em sair do prédio.
Na última quinta-feira, a reportagem esteve na loja. Durante três horas, ouviu, de gerentes e vendedoras, que as vendas caíram até 60% e que os corredores só voltam a ter gente em dias em que há eventos programados no prédio, como o do rapper MV Bill.
Em uma loja de móveis, uma gerente contou que as vendas diminuíram 60% e que os clientes preferem pagar à vista, porque não querem deixar cheques nem faturas de cartão de crédito no shopping de luxo.
Outra vendedora afirmou à Folha que o espaço que a loja ocupa na Daslu serve como "showroom" da marca. Os proprietários não deixam o local, segundo informa, porque fizeram investimentos e não querem pagar multa devido ao rompimento de contrato.
O faturamento da Daslu teve queda de 30%, segundo apurou a reportagem, se comparado o resultado da média dos meses de outubro e novembro do ano passado com a média dos meses de janeiro, fevereiro e março deste ano. A loja informa, entretanto, que o faturamento subiu 15% de janeiro a maio sobre igual período de 2005.
Na tentativa de dar a volta por cima, a loja incrementa a agenda de eventos no "Terraço Daslu", um espaço de 3.000 m2 no 4º andar do prédio em que ocupa. A diária de um dos espaços, recortado por jardins, custa R$ 48 mil. O preço sobe para R$ 80 mil se o cliente incluir no pacote um salão de eventos com capacidade para mil pessoas e um palco. (CR e FF)


Texto Anterior: Receita Federal prepara nova ação para apurar problemas em impostos
Próximo Texto: Proposta tenta zerar rombo na Previdência
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.