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Estudo vê aumento da concentração bancária
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Levantamento da Febraban
(Federação Brasileira de Bancos) divulgado ontem revela
que o número de bancos em
funcionamento no país encolheu quase 20% desde 2000. À
época, o sistema financeiro
contava com 192 instituições
diferentes, mas os dados do ano
passado mostram que apenas
155 sobreviveram.
Desde 2000, nove bancos foram liquidados, entre eles Marka, FonteCidam e Santos. Os
demais foram comprados ou
fundidos com instituições de
maior porte, com mais condições de concorrer no mercado
brasileiro, que se mostra cada
vez mais concentrado.
"A concentração bancária é
uma tendência em todo o mundo, que acontece até lentamente aqui", disse o consultor da
Febraban Luiz Marques.
Na lista dos que deixaram o
mercado brasileiro, estão desde
as operações do Lloyds e do
BankBoston, que ficaram com
o Itaú, até o Bank of America,
segundo maior banco do varejo
americano, que saiu do país. Inclui ainda o antigo Pactual,
comprado em 2006 pelo suíço
UBS, e o espanhol Bilbao Vizcaya Argentaria, que foi dissolvido no Bradesco e no qual ainda
tem uma participação de 5%
nas ações com direito a voto.
O levantamento ainda não
inclui a compra do ABN Real
-quinto maior banco em ativos- pelo Santander, que mudou o mapa da concorrência
bancária no ano passado.
"O que estamos vendo agora,
com o Banco do Brasil querendo comprar a Nossa Caixa, é
também reflexo disso. Os bancos precisam ganhar escala para competir no crédito. A velocidade da concentração é mais
rápida do que a da concorrência
[dos grandes bancos] de criar
competição", disse Luis Miguel
Santacreu, da Austin Ratings.
Para Valéria Salomão Garcia,
da agência Fitch de classificação de riscos, o negócio envolvendo os bancos nos últimos
anos não foi um divisor de
águas em favor da consolidação
do setor. "Os bancos analisam
hoje o custo-benefício de fazer
aquisições. No caso da incorporação da Nossa Caixa, é um
bom negócio para o BB crescer
em São Paulo. Não impele os
bancos a aquisições", disse.
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