São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2008

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Estudo vê aumento da concentração bancária

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Levantamento da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) divulgado ontem revela que o número de bancos em funcionamento no país encolheu quase 20% desde 2000. À época, o sistema financeiro contava com 192 instituições diferentes, mas os dados do ano passado mostram que apenas 155 sobreviveram.
Desde 2000, nove bancos foram liquidados, entre eles Marka, FonteCidam e Santos. Os demais foram comprados ou fundidos com instituições de maior porte, com mais condições de concorrer no mercado brasileiro, que se mostra cada vez mais concentrado.
"A concentração bancária é uma tendência em todo o mundo, que acontece até lentamente aqui", disse o consultor da Febraban Luiz Marques.
Na lista dos que deixaram o mercado brasileiro, estão desde as operações do Lloyds e do BankBoston, que ficaram com o Itaú, até o Bank of America, segundo maior banco do varejo americano, que saiu do país. Inclui ainda o antigo Pactual, comprado em 2006 pelo suíço UBS, e o espanhol Bilbao Vizcaya Argentaria, que foi dissolvido no Bradesco e no qual ainda tem uma participação de 5% nas ações com direito a voto.
O levantamento ainda não inclui a compra do ABN Real -quinto maior banco em ativos- pelo Santander, que mudou o mapa da concorrência bancária no ano passado.
"O que estamos vendo agora, com o Banco do Brasil querendo comprar a Nossa Caixa, é também reflexo disso. Os bancos precisam ganhar escala para competir no crédito. A velocidade da concentração é mais rápida do que a da concorrência [dos grandes bancos] de criar competição", disse Luis Miguel Santacreu, da Austin Ratings.
Para Valéria Salomão Garcia, da agência Fitch de classificação de riscos, o negócio envolvendo os bancos nos últimos anos não foi um divisor de águas em favor da consolidação do setor. "Os bancos analisam hoje o custo-benefício de fazer aquisições. No caso da incorporação da Nossa Caixa, é um bom negócio para o BB crescer em São Paulo. Não impele os bancos a aquisições", disse.


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