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Mantega afirma que é preciso evitar o contágio da inflação
JANAINA LAGE
ROBERTO MACHADO
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem
que a inflação não vai ultrapassar a meta prevista para este
ano, de 4,5% com margem de
tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Para o ministro, a inflação
atual tem sido ditada pelo comportamento de preços agrícolas, commodities metálicas e
petróleo. Apesar disso, destacou que o país precisa evitar o
contágio da alta de preços em
outros setores da economia.
"A inflação sempre é um problema, mesmo quando é internacional. É bom não permitir
que ela contagie os setores produtivos. Não é só uma inflação
de alimentos, a verdade é essa.
Se fosse só de alimentos já teríamos chegado no teto dos
preços", afirmou, durante discurso no 20º Fórum Nacional.
Segundo Mantega, a inflação
acumulada dos alimentos está
na faixa dos 12%. A inflação medida pelo IPCA (índice oficial)
acumulada em 12 meses até
abril já soma 5,04%. De acordo
com o ministro, o governo não
pretende usar só o aumento da
taxa de juros para combater a
alta de preços e citou medidas
como aumento da oferta de
produtos agrícolas e redução de
tarifas de importação.
"Se houver outros produtos
cujos preços estejam subindo,
poderemos reduzir tarifas de
importação. Uma maneira
também é desonerar. Fizemos
isso no trigo, no diesel e na gasolina. Poderemos fazer em outros setores."
Mantega destacou que o país
apresenta patamar de inflação
menor do que o de outras economias emergentes. Citou os
13,3% da Rússia.
A inflação mundial e a crise
dos EUA estão colocando a economia brasileira à prova, segundo Mantega. "O Brasil passou de coadjuvante para protagonista no cenário internacional." Segundo ele, o país deve
continuar a crescer a um ritmo
de 5% com base na demanda
doméstica, na oferta de crédito
e na alta dos investimentos.
O ministro voltou a defender
a criação do fundo soberano
brasileiro e afirmou que ele pode contribuir para reduzir a inflação à medida que evitaria o
aumento do gasto público ao
absorver o excesso de arrecadação. Mantega negou divergências no governo sobre o tema.
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