São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2008

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Mantega afirma que é preciso evitar o contágio da inflação

JANAINA LAGE
ROBERTO MACHADO
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que a inflação não vai ultrapassar a meta prevista para este ano, de 4,5% com margem de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Para o ministro, a inflação atual tem sido ditada pelo comportamento de preços agrícolas, commodities metálicas e petróleo. Apesar disso, destacou que o país precisa evitar o contágio da alta de preços em outros setores da economia.
"A inflação sempre é um problema, mesmo quando é internacional. É bom não permitir que ela contagie os setores produtivos. Não é só uma inflação de alimentos, a verdade é essa. Se fosse só de alimentos já teríamos chegado no teto dos preços", afirmou, durante discurso no 20º Fórum Nacional.
Segundo Mantega, a inflação acumulada dos alimentos está na faixa dos 12%. A inflação medida pelo IPCA (índice oficial) acumulada em 12 meses até abril já soma 5,04%. De acordo com o ministro, o governo não pretende usar só o aumento da taxa de juros para combater a alta de preços e citou medidas como aumento da oferta de produtos agrícolas e redução de tarifas de importação.
"Se houver outros produtos cujos preços estejam subindo, poderemos reduzir tarifas de importação. Uma maneira também é desonerar. Fizemos isso no trigo, no diesel e na gasolina. Poderemos fazer em outros setores."
Mantega destacou que o país apresenta patamar de inflação menor do que o de outras economias emergentes. Citou os 13,3% da Rússia.
A inflação mundial e a crise dos EUA estão colocando a economia brasileira à prova, segundo Mantega. "O Brasil passou de coadjuvante para protagonista no cenário internacional." Segundo ele, o país deve continuar a crescer a um ritmo de 5% com base na demanda doméstica, na oferta de crédito e na alta dos investimentos.
O ministro voltou a defender a criação do fundo soberano brasileiro e afirmou que ele pode contribuir para reduzir a inflação à medida que evitaria o aumento do gasto público ao absorver o excesso de arrecadação. Mantega negou divergências no governo sobre o tema.


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