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BC afirma ter "colchão" nas reservas
da Sucursal de Brasília
O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Demósthenes Madureira de Pinho Neto,
disse que o BC tem um "colchão"
nas suas reservas em dólar de pelo
menos US$ 15 bilhões a US$ 16 bilhões para manter a estabilidade
da economia.
"A qualidade das novas reservas
nos dá um colchão que nos deixa
em uma situação completamente
diferente dos demais países", disse
o diretor do BC, comentando o
novo pico da crise internacional.
Segundo ele, teoricamente poderia ser gasto esse volume de dólares e, ao mesmo tempo, manter
um nível adequado de reservas em
moeda estrangeira do BC.
"Se tivéssemos um nível de US$
58 bilhões, seria absolutamente
tranquilo. Em outubro tivemos
US$ 52 bilhões", disse.
Em abril, as reservas atingiram
volume recorde de US$ 74,656 bilhões, pelo conceito de liquidez internacional, que inclui dinheiro
prontamente disponível e haveres
de médio e longo prazos.
Ele ressalvou, entretanto, que a
crise atual é uma questão externa e
que não tem fundamento fazer estimativas sobre o volume de reservas que poderia ser usado para garantir a estabilidade.
O diretor do BC também disse
que o volume de reservas é suficiente para absorver saídas de capitais de curto prazo que são esperadas para agosto e setembro.
Nesses meses vencem boa parte
dos cerca de US$ 5 bilhões que entraram no país atrás de juros altos,
nas captações conhecidas como
"63 caipira" (teoricamente destinadas à agricultura).
Pinho Neto disse que parte dessas captações, que hoje são de seis
meses, deverá ser renovada com
prazo de dois anos. A parte não renovada deverá sair do país.
Números do BC já mostram que,
após três meses de forte ingresso
de capitais no país, em maio o fluxo de dólares perdeu força.
No mercado de taxas livres, o ingresso de dólar superou a saída em
US$ 1,881 bilhão, até o dia 26. Estimativas do mercado indicam saída de US$ 2,791 bilhões no flutuante, o que significaria uma saída total de US$ 910 milhões.
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