São Paulo, quinta, 28 de maio de 1998

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MERCADO FINANCEIRO
Juro sobe no futuro e governo segura real

da Reportagem Local

Os mercados de juros e câmbio no Brasil tiveram ontem um dia nervoso, com a alta de 50% para 150% nos juros da Rússia e a queda na Bolsa de Valores de Nova York.
O dólar comercial fechou perdendo valor contra o real, o que acalmou o mercado. Houve boatos de que o governo interveio extra-oficialmente, vendendo dólares para evitar uma desvalorização do real. Um analista afirmou que o Banco do Brasil chegou a colocar US$ 700 milhões no mercado.
Os analistas acreditam que, até o final do mês, o governo deve promover mais uma desvalorização de cerca de 0,1% no real, alterando a minibanda, a faixa informal de variação do câmbio. Com isso, o dólar comercial deve voltar a ficar colado no piso da minibanda, hoje em R$ 1,1490. O dólar comercial para venda foi cotado a R$ 1,1504 para compra.
Com a calmaria no mercado à vista, os contratos para vencimento em agosto da BM&F fecharam o dia projetando desvalorização de 0,89% ao mês do real, contra 0,94% anteontem. Os contratos para vencimento em junho projetaram desvalorização de 0,66%, contra 0,89% anteontem.
No mercado de juros, os contratos futuros para vencimento em agosto chegaram a projetar taxas de 32,5% ao ano logo após o furação vindo da Rússia. Na crise asiática, logo após o aumento das taxas básicas brasileiras, a Rússia aumentou as suas.
Mas as declarações do presidente do Banco Central, Gustavo Franco, à tarde, tiveram um efeito positivo e imediato sobre o mercado. Mesmo assim, houve alta nos juros projetados pelos contratos para vencimento em agosto, de 26,90% no fechamento de anteontem, para 27,40%, ontem.
Os contratos para vencimento em julho também projetaram taxas maiores, de 24,76% ao ano, contra 24,28% no fechamento de anteontem. Também houve boatos de que o Banco Central interveio no over para demonstrar claramente ao mercado que não pretende vender títulos do governo federal com as taxas elevadas que os bancos estão pedindo.
Anteontem, ao tentar vender papéis de 90 dias, o Banco Central recebeu ofertas de juros de 26,5% ao ano. A TBC, a taxa básica de juros fixada pelo Banco Central, está em 21,75%.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)


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