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CONJUNTURA
Fiesp detecta aumento de 2,7% na produção em abril; consumo de bens duráveis apresenta reação
Atividade industrial recupera-se em SP
MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Local
A atividade industrial continua
crescendo em São Paulo e praticamente já atinge os níveis de antes
da crise de outubro do ano passado, quando as taxas de juros dobraram e derrubaram o consumo.
De acordo com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo), a atividade industrial
paulista foi 2,7% maior em abril
do que no mês anterior.
Com esse resultado, a produção
da indústria paulista cresceu 1,1%
entre outubro e abril.
Os números são dessazonalizados, isto é, compensam as distorções provocadas pela sazonalidade
da produção.
A Fiesp avalia que a atividade industrial está em processo de recuperação e deve continuar apresentando crescimento moderado.
Em relação a abril de 97, a atividade industrial no mês passado foi
2,3% menor. Para a Fiesp, a queda
deve-se ao menor número de dias
úteis em abril deste ano.
Na comparação entre os bimestres março/abril de 98 e março/abril de 97, a atividade industrial
cresceu 2,6%.
Juros menores
No mês passado, contribuíram
para o crescimento do nível de atividade da indústria a redução gradual das taxas de juros, promovida pelo governo, e o aumento das
exportações de manufaturados.
Na avaliação do Departamento
de Economia da Fiesp, a redução
dos juros beneficiou principalmente as montadoras de veículos.
Segundo Boris Tabacof, diretor
do Departamento de Economia da
Fiesp, as vendas de veículos ainda
não estão no mesmo nível do ano
passado, mas a queda em abril já
era menor do que a observada nos
primeiros meses deste ano.
O mesmo comportamento pode
ser observado em relação a alguns
eletrodomésticos.
No caso das televisões em cores,
as vendas em abril cresceram 42%
sobre março, segundo Tabacof.
"Há setores industriais cuja
produção continua firme", acrescentou o dirigente.
A produção de caminhões, por
exemplo, cresceu 25% nos primeiros quatro meses do ano, se comparada com igual período de 97.
Crescimento ainda maior tiveram a produção de ônibus e de
máquinas agrícolas.
O setor agrícola, de acordo com
análise da Fiesp, também tem causado impacto positivo na produção industrial paulista.
Os investimentos em infra-estrutura decorrentes das privatizações e os gastos públicos continuam contribuindo para movimentar as empresas.
No entanto, a indústria nacional
de produtos para telefonia fixa já
está sentindo retração nos pedidos
por parte da Telebrás.
A estatal, que será privatizada
em breve, está investindo menos.
Alguns fornecedores já iniciaram
demissões por conta do menor volume de pedidos.
O mesmo não acontece, por
exemplo, para os fornecedores de
equipamentos para telefonia celular, cuja demanda é crescente com
as operadoras privadas.
"Essas indústrias estão com a
carteira de pedidos abarrotadas",
disse Tabacof.
Otimismo
Na avaliação do Departamento
de Economia da Fiesp, a tendência
para maio é de aumento de vendas
de alimentos, autopeças, automóveis, eletrodomésticos, papelão
ondulado, plásticos e tintas.
Prevêem estabilidade nas vendas
os setores farmacêuticos, de máquinas e equipamentos, de perfumaria e têxtil.
Somente a indústria química,
que vinha aumentando suas vendas nos primeiros meses do ano,
espera vender menos em maio.
Estoques
A Fiesp também avalia que a indústria recuperou seus estoques,
que haviam baixado no final de
ano, quando as vendas no comércio superaram as expectativas.
As vendas reais, em abril, cresceram 0,5% sobre o mês anterior.
De outubro de 97 ao mês passado, as vendas reais da indústria
paulista sofreram retração de
0,1%. Na avaliação da Fiesp, esse
percentual representa estabilidade
nas vendas.
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