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VIDA ANIMAL
Espécimes premiados têm proteção contra doenças ou infertilidade
Se garanhão falha, apólice cobre
ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Pata quebrada, cólica, infertilidade e até raios em dias de tempestade. Preocupações com problemas como esses levam muitos
empresários e fazendeiros, que
desembolsaram pequenas fortunas por cavalos, bois, ovelhas ou
porcos de raça, a contratar um tipo de serviço muito peculiar: o
chamado seguro animal.
O produto pode oferecer desde
uma cobertura básica em caso de
morte do animal por doença ou
acidente -como um seguro de
vida normal- até reembolso de
cirurgias e indenização se o animal se tornar infértil.
A maior demanda por esse seguro, para a surpresa das próprias
seguradoras, não vem de produtores rurais, mas de uma elite urbana que possui animais de raça
em fazendas.
"Esse é o tipo de seguro para ricos, que chamamos aqui de seguro "private". O animal é como um
brinquedinho de luxo desse público", afirma Rodolfo Duarte, gerente da corretora Marsh.
Na maior parte das vezes, os
animais segurados são reprodutores de raça ou cavalos e éguas
que participam de competições,
como corridas ou saltos.
"Esses animais são os mais caros. Além do valor financeiro,
existe também uma afeição grande do proprietário pelos animais
que saltam, por exemplo", diz
Adilson Neri Pereira, diretor da
seguradora Porto Seguro.
O seguro animal básico vendido
pela Porto Seguro garante indenização em caso de morte por doença, incêndio, raio, insolação,
aborto ou até decorrente de briga
com outro animal.
O produto pode oferecer também coberturas acessórias, como
indenização por infertilidade ou
cobertura de vida para o animal
em viagens ao exterior.
A Porto comercializa o seguro
animal para eqüinos ou bovinos.
Já a Cosesp (Companhia de Seguros do Estado de São Paulo)
protege tanto eqüinos e bovinos,
como ovinos, suínos e caprinos.
Mas só vende a cobertura básica
de seguro de vida.
Rosânia Loron, técnica em seguros da Cosesp, explica que a seguradora não cobre casos de morte por epidemias ou doenças como febre aftosa. A Cosesp é a seguradora mais antiga nesse mercado de animais, no qual atua há
35 anos.
Segundo Loron, a procura por
esse produto ainda é pequena em
relação ao número de animais
existentes no Brasil.
De acordo com Duarte, da
Marsh, o custo de um seguro animal varia de 4% a 5% do valor do
espécime por ano.
Esse custo muda de acordo com
os riscos aos quais o animal está
exposto: "Se um cavalo fica numa
hípica, por exemplo, os riscos são
menores", afirma Duarte.
Os interessados em contratar
um seguro animal na Cosesp, por
esse motivo, têm de responder a
um questionário de 14 perguntas,
cujo objetivo é avaliar os riscos
aos quais o animal está sujeito.
O tipo de sinistro mais comum,
de acordo com corretores, é a
morte por cólica.
Geralmente, segundo os corretores, os proprietários fazem o seguro apenas para alguns animais
mais importantes ou contratam
uma cobertura temporária para
determinado período.
É o caso dos garanhões Awesomeone e Gay Bar Bud, da raça
Paint Horse, importados pela empresa Paint Colection dos Estados
Unidos, que valem entre US$ 50
mil e US$ 80 mil. Eles ganharam
um seguro neste mês porque deixaram a fazenda onde vivem, em
Cesário Lange, para participar de
uma exposição, em Avaré -as
duas cidades ficam no Estado de
São Paulo.
Pacote
Muitas vezes, o corretor que
vende um seguro animal para um
empresário da classe alta está de
olho em outros bens que o cliente
possa querer proteger.
"Montamos uma área de seguro
"private" aqui porque achamos
que esse é um mercado com muito espaço. O empresário que tem
um cavalo que quer segurar, certamente, também pode ter jóias,
obras de arte e até aviões", diz
Duarte, da Marsh.
Ao descrever o potencial desse
mercado, Duarte lembra que o
Brasil é o país onde existe a segunda maior frota de aeronaves privadas e a terceira maior de helicópteros.
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