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RESIDENCIAL
Empresas oferecem várias coberturas na apólice para tornar o produto mais rentável; indenização por roubo tem restrição
Diferença de preço do seguro chega a 163 %
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O ralo entupiu, a torneira está
pingando, a cafeteira queimou? A
residência pegou fogo, foi roubada, desmoronou, foi atingida por
um tornado ou um avião? O cachorro mordeu o vizinho?
As situações que podem tumultuar o dia-a-dia de uma casa são
as mais diversas e remotas, mas os
preocupados de plantão têm à
disposição no mercado seguros
residenciais que prevêem essas e
muitas outras possibilidades.
Tanta variedade é a forma encontrada pelas seguradoras para
tornar mais rentável um produto
barato, principalmente se comparado a um seguro como o de automóvel, por exemplo.
Para uma casa avaliada em R$
100.000 em São Paulo, o prêmio
médio final, com impostos e comissão, varia em torno de R$ 230
por ano -incluídos os impostos
e o custo da apólice- para seis
coberturas contratadas. A diferença entre o mais barato e o mais
caro chega a 163%. Para um apartamento, onde o risco é considerado menor, a média é R$ 130.
O valor desembolsado, explicam especialistas, é menor porque o risco também é menor. Um
incêndio, por exemplo, não consome completamente uma casa.
"Se um automóvel é roubado,
não sobra nada do bem segurado", diz Adílson Pereira, diretor
da Porto Seguro e membro da comissão de riscos patrimoniais da
Fenaseg (Federação Nacional das
Empresas de Seguros Privados e
Capitalização).
Mas vale a pena pesquisar preço, tanto do seguro em si quanto
da franquia, que varia de 10% a
15% do valor do sinistro, já que as
diferenças são grandes.
Além disso, se o segurado possui alarme contra roubos ou um
extintor em casa, por exemplo, o
preço das cobertura contra furto e
incêndio pode cair em média 5%.
Não é regra entre as seguradoras realizar vistorias nas residências, em parte exatamente por
causa do baixo preço do produto.
Mas é importante ficar atento às
exigências das corretoras. No caso
da cobertura contra roubo -a
terceira mais contratada, após incêndio, que é obrigatória, e danos
elétricos-, elas são variadas.
Para a Real Seguros, se uma televisão é furtada, o valor só é pago
se houver sinais claros de arrombamento na casa. "Partimos do
pressuposto de que a porta precisa estar trancada", afirma a diretora de ramos diversos da seguradora, Rosemary Brode Herzka.
A Sul América exige as notas fiscais dos aparelhos segurados, e a
Porto Seguro nem pede uma relação dos bens segurados, apenas
estipula o valor a ser restituído em
caso de roubo.
Segundo Pereira, a freqüência
de roubos em imóveis é de, em
média, 3% ao ano, a de danos elétricos 4% e incêndio, 0,5%.
O seguro residencial, afirmam
as próprias seguradoras, é um
produto pouco demandado. A
venda normalmente acontece para clientes que procuram outro tipo de seguro, como de saúde, vida
ou automóvel.
É o caso do bancário Leandro
Lauretti, 28, recém-casado, que
tem outros três seguros e contratou o seguro residencial para seu
apartamento, na Saúde (zona sul
da capital). "Sou bastante preocupado com os meus bens, contratei
todas as coberturas possíveis. Há
pouco tempo a casa de veraneio
da minha família pegou fogo, e a
salvação foi o seguro", diz.
Nos quatro primeiros meses
deste ano, o valor arrecadado por
46 seguradoras pelo produto foi
de R$ 189 milhões, 30% a mais do
que o mesmo período do ano passado, segundo a Susep (Superintendência de Seguros Privados).
O Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor)
alerta que é importante verificar
quais as condições estipuladas para receber o seguro. "No caso da
cobertura adicional contra roubo,
por exemplo, é importante saber
se será necessário apresentar a
nota fiscal dos produtos segurados", afirma Dinah Barreto, assistente de diretoria do órgão.
Segundo Barreto, como são
muitas as coberturas adicionais
oferecidas, é necessário também
se certificar da necessidade do
que se está contratando.
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