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EMPRESARIAL
Retomada do crescimento econômico provoca expansão dos negócios no ramo de riscos patrimoniais, para mais de R$ 3 bilhões
Mercado patrimonial atravessa expansão
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Proteção contra incêndio, roubo, danos elétricos, alagamento,
ventania e até mesmo contra a
quebra de um vidro causado por
um funcionário. As empresas cada vez mais têm procurado se
proteger por meio da contratação
de seguros, movimento que tem
alimentado uma carteira que não
pára de crescer.
De apólices milionárias como a
da Petrobras a outras bastante
simples (com custos inferiores a
R$ 500 por ano), o mercado de seguros patrimoniais vive um momento de forte expansão.
"Com a retomada de crescimento da economia, esse mercado deve se expandir ainda mais
neste ano", afirma Roberto Santos, diretor do Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro.
De 2002 para 2003, a venda de
seguros patrimoniais cresceu de
R$ 2,7 bilhões para R$ 3,4 bilhões.
Ao procurar uma seguradora,
uma empresa, independente de
seu porte, vai ter seus riscos avaliados. A localização, a área de
atuação e o setor da empresa poderão encarecer a apólice, desde
que representem riscos maiores.
"Há necessidade de desenhar
apólices de acordo com as necessidades de cada empresa", diz
Thomaz Menezes, presidente da
Marsh no Brasil, empresa de gerenciamento de riscos e seguros.
A Petrobras, empresa que detém a maior apólice do país, viu o
custo de seu seguro aumentar expressivamente após o acidente
envolvendo a plataforma P-36,
em março de 2001.
Em 2000, a apólice da Petrobras
tinha valor de US$ 7,5 milhões para assegurar plataformas, refinarias, dutos e terminais por 12 meses. Em 2001, esse valor passou
para US$ 48,8 milhões por um seguro de 14 meses. Se forem descontados os dois meses adicionais
do novo contrato, equivalentes a
US$ 6,97 milhões, a estatal pagou
US$ 41,8 milhões pelos mesmos
12 meses de contrato do ano anterior -ou 457% a mais.
A Bradesco Seguros liderou o
consórcio que venceu a licitação
para a Petrobras realizada em
maio deste ano, garantindo a cobertura das plataformas e dos ativos da estatal por 12 meses. A apólice fechada tem prêmio de US$
25,2 milhões e assegura um patrimônio de US$ 25,9 bilhões.
Carlos Eduardo Corrêa do Lago,
diretor-gerente da Bradesco Seguros, diz que os valores das apólices sobem e descem de um período a outro de acordo com mudanças de características tanto do
segurado quanto do mercado.
Pequenos
Como as grandes companhias
estão bem seguradas, as pequenas
e médias empresas -um contingente de 4,6 milhões de empreendimentos- se tornaram o principal alvo das seguradoras. Estimativa do mercado aponta que apenas 10% das empresas desse universo contam com algum tipo de
seguro.
A cobertura básica para as empresas começa com a proteção
contra incêndios. Nesse segmento, é possível até contratar uma
apólice que garante a reposição de
documentos queimados em um
incêndio. Além disso, o futuro segurado pode agregar proteção
contra problemas como roubos,
danos elétricos, vendaval, alagamento e responsabilidade social.
O seguro de responsabilidade
social é um dos que mais tem
crescido no mercado. Esse segmento abrange riscos como os
que envolvem danos em carga/
descarga de mercadorias em locais de terceiros ou mesmo acidentes provocados por defeitos
de produtos comercializados.
Para Lago, considerando que as
grandes empresas "estão bem assistidas", dois ramos têm potencial para se desenvolver: o de riscos de transportes e o de engenharia de construções e instalações.
Este, que engloba a construção de
grande obras como hidrelétricas e
aeroportos, depende muito de investimento público.
Divisão
Apesar de dominarem as propostas feitas à Petrobras, até por
exigência da legislação, que exige
que o seguro seja feito por empresas sediadas no país, as seguradoras nacionais assumiram um risco relativamente pequeno, em
torno de 10% do patrimônio segurado. O resto fica por conta de
empresas de resseguros -que fazem o seguro do seguro-, sendo
a maioria delas internacionais.
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